Comandante diz que Exército precisa de recursos para equipamentos e vigilância de fronteira
O comandante do Exército, general-de-Exército Enzo Martins Peri, disse nesta quinta-feira (4), na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que é preciso reestruturar a instituição diante da nova conjuntura do país e do mundo, alocando mais recursos no Orçamento da União para o reaparelhamento de brigadas e melhoria das atividades de vigilância de fronteira.
O general relatou aos senadores a situação do Exército em termos de equipamentos, tropas, distribuição de atividades nas regiões do país e condições dos quartéis, particularmente na Amazônia. Segundo Peri, é preciso dar condições de operacionalidade aos quartéis que existem na fronteira para, posteriormente, aumentar o número de casernas. O país tem 15.700 quilômetros de fronteira, de acordo com o general.
O Brasil, conforme informou, é o país da América do Sul que menos gasta com defesa, tem equipamentos muito antigos e um efetivo maior apenas do que a Argentina. Atualmente, disse, 78% dos blindados têm mais de 34 anos, 58% das viaturas, mais de 20 anos e a artilharia é composta de equipamentos, em sua maior parte, oriundos da Segunda Guerra Mundial. Acrescentou que há armamentos individuais com 42 anos de uso.
- É preciso entender que temos não só que manter como repor material, para fazer frente às novas ameaças, principalmente nas fronteiras. E isso não é paranóia. Temos que capacitar o Exército de forma permanentemente ajustada à estrutura política e estratégica do país - afirmou.
O projeto de lei orçamentária anual prevê, em 2008, recursos de R$ 2,069 bilhões para o Exército, um aumento de 50% com relação a este ano, cujo valor orçamentário para a instituição foi fixado em R$ 1,7 bilhão. Há uma melhora nesses investimentos, segundo o general, mas ainda é preciso incrementar os recursos para o Exército e as Forças Armadas.
Amazônia
O efetivo do Exército na Amazônia, segundo o general, era de 100 militares em 1970. Esse número foi subindo progressivamente, e, hoje, há 25 mil militares do Exército na região. A instituição tem feito várias transferências e reposicionamento de brigadas de outras regiões para atuarem na Amazônia.
A prioridade para a Amazônia, explicou o comandante, é a defesa externa, já que a região representa mais da metade do Brasil, fazendo fronteira com sete países. Além de sua vasta extensão, a Amazônia - que é maior do que a maioria dos países no mundo - tem o maior banco genético e a maior província mineralógica do planeta.
O general informou que o sul do país também tem necessidade da atuação do Exército nas fronteiras. Já no Nordeste, acrescentou, os militares precisam fazer a defesa territorial.
- Há muitas desigualdades regionais no país, movimentos sociais e também uma infra-estrutura deficiente. Há focos de instabilidade regional, insegurança urbana e áreas muito despovoadas, onde existe cobiça internacional e ameaça de terrorismo; não podemos descartar esse fato. O Brasil deve consolidar um ato de estabilidade com países vizinhos e, para isso, tem que ter um Exército forte - disse.
A audiência pública da CRE foi realizada em atendimento a requerimento do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da comissão. Natural do Rio de Janeiro, o general Peri é engenheiro de Fortificação e Construção do Instituto Militar de Engenharia, da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e de Comando e Estado-Maior.04/10/2007
Agência Senado
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