Comandante do Exército assegura que Inteligência respeita preceitos legais e éticos



O comandante do Exército, general Gleuber Vieira, assegurou nesta terça-feira (dia 18) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que a Inteligência do Exército obedece e respeita os preceitos legais, éticos e humanos em sua atuação. O general participou, junto com o ministro da Defesa, Geraldo Quintão, e demais comandantes das Forças Armadas, como convidado de audiência pública requerida pelos senadores Jefferson Péres (PDT-AM), Bernardo Cabral (PFL-AM), Emilia Fernandes (PT-RS) e Pedro Simon (PMDB-RS). Os senadores pediram esclarecimentos sobre licitação internacional realizada para reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo o general Gleuber, o Ministério Público agiu de forma irregular e abusiva ao invadir e seqüestrar documentação sigilosa de uma instalação da Inteligência do Exército em Marabá (PA). Ele classificou a operação como um "assalto a essa instalação" e explicou que a Advocacia Geral da União foi acionada e o Tribunal Regional Federal (TRF) expediu mandado de segurança que garantiu a devolução dos documentos e a manutenção do sigilo. Também foi determinada a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar todo o episódio.

O ministro da Defesa, Geraldo Quintão, explicou como está sendo conduzida a licitação internacional destinada à compra de aeronaves para a FAB. Segundo o ministro, uma vez escolhido o fornecedor, o contrato de compra terá cláusulas de compensação obrigatórias que garantem a transferência de tecnologia, suporte técnico e treinamento de alto nível, principalmente em relação aos softwares utilizados nas aeronaves. Quintão disse ainda que a Aeronáutica tem interesse na participação de empresas brasileiras e que todo o processo tem como principal característica a transparência.

Quintão também falou sobre a missão desenvolvida pelos pelotões de fronteira, que vai muito além da simples defesa territorial, como apoio às eleições, campanhas de vacinação, alfabetização, hospitais móveis, etc. Ele disse que tem recebido apoio no Congresso Nacional, mas gostaria de ter mais recursos para proteger mais de 6 mil quilômetros de fronteiras. "A defesa é escassa", afirmou. O ministro alertou para o perigo do narcotráfico nas divisas com o Paraguai e Bolívia e disse que os recentes ataques terroristas aos Estados Unidos demonstraram que existem ameaças aos países livres. "Temos um mundo diferente depois do dia 11 de setembro de 2001", avaliou.

18/09/2001

Agência Senado


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