Combate à pobreza também está na pauta da Conferência Rio+20, informa Izabella Teixeira



A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, explicou, nesta quarta-feira (29), que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), não vai ter apenas uma agenda ambiental, mas abordará temas ligados à sustentabilidade e ao desenvolvimento econômico. A representante do Executivo passou a manhã explicando à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado detalhes sobre a organização do evento que acontecerá em junho no Rio de Janeiro.

De acordo com a ministra, a agenda será bem mais ampla, tratando, por exemplo, da erradicação da pobreza.

- Neste aspecto, o Brasil é novamente visto como estratégico, tanto pelos resultados positivos obtidos na área, como pelo compromisso político assumido na luta contra a miséria. - completou.

Chefes de Estado

A ministra afirmou esperar a "presença maciça de chefes de Estado". Izabella Teixeira não quis adiantar os nomes confirmados e limitou-se a informar que o Primeiro Ministro da China já garantiu presença.

- Líderes europeus virão em peso, assim como outros líderes de nações-chave. Tão logo tenhamos os nomes, vamos torná-los públicos - disse.

Segundo ela, o governo brasileiro tem feito o máximo para estimular a participação da iniciativa privada e da sociedade civil, garantindo espaços e uma agenda oficial e ampla de atividades paralelas.

- Espaços estão sendo assegurados a diferentes grupos sociais que querem participar com programações específicas. Não há restrição alguma. Pelo contrário, estamos estimulando a participação e o engajamento. Esperamos mais de 50 mil participantes, entre credenciados e não credenciados. Mas há quem preveja muito mais - afirmou.

Protagonismo

Na opinião do presidente da CMA, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), a ascensão de brasileiros a cargos importantes no cenário internacional demonstra que o Brasil vem assumindo papel de protagonista no que diz respeito a questões ambientais.

- Por isso, a expectativa e a responsabilidade do país na organização do evento são muito maiores - afirmou.

Opinião semelhante tem o senador Jorge Viana (PT-AC), para quem não basta apenas ao Brasil ser a sede da Conferência:

- É preciso assumir a liderança nas negociações.E o país tem força para isso. A Rio+20 está no melhor endereço - opinou.

Izabella Teixeira concordou com o senador e afirmou que o Brasil tem todas as condições de ser o anfitrião, negociador e mediador de papel relevante nas negociações multilaterais.

Preocupações

Durante a fase de debates, os senadores abordaram temas como energia, recursos hídricos, novo Código Florestal, e preservação da Amazônia. Alguns parlamentares mostram-se preocupados com os resultados efetivos da Conferência. Foi o caso de Eduardo Braga (PMDB-AM), que se disse receoso de sair frustrado após o evento. Já Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ressaltou que a Conferência não pode ser apenas "um aglomerado de debates sobre temas diversificados".

Temas

De acordo com a ministra, a Rio+20 está sendo organizada em torno de dois temas centrais: economia verde e estrutura de governança internacional para o desenvolvimento sustentável.

O encontro acontecerá no Riocentro com a presença de representantes de países do mundo inteiro e marcará o 20º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), realizada em 1992 também no Rio de Janeiro. A diferença, segundo Izabella Teixeira, é que a Eco 92 teve um caráter eminentemente jurídico, com foco na elaboração de documentos e acordos. Já a Rio+ 20 tem natureza mais política, uma tentativa de mobilizar os chefes de Estado para firmarem um compromisso político com o desenvolvimento sustentável e o futuro.

Acompanhamento

No início de fevereiro deste ano, a CMA aprovou requerimento propondo a criação de uma comissão externa, composta de 12 senadores, destinada a representar o Senado na Conferência. O pedido foi apresentado em conjunto pelos senadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Fernando Collor (PTB-AL), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Os senadores também vão realizar um ciclo de debates com instituições governamentais e da sociedade, nacionais e internacionais, para discutir os temas que serão tratados em junho.

29/02/2012

Agência Senado


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