Combate ao 'bullying' pode desestimular violência nas escolas



O combate ao bullying pode ser um passo fundamental para enfrentamento da violência escolar. A (SPB) o identifica como uma epidemia grave em avanço no mundo; a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) promete lançar uma campanha nacional contra o mal, além de recomendar a criação de comitês anti-bullying nas escolas. Esses comentários foram feitos durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (18) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

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-Esta violência se dirige, especialmente, contra aqueles que ocupam lugar de autoridade, como os professores e, também, contra os que estão em uma situação de fragilidade [estudantes] - afirmou o presidente da SPB, Luciano Wagner Guimarães Lírio.

Apesar de considerar o conflito como algo inerente à condição humana, o psicanalista creditou a incapacidade de muitas crianças e jovens em lidar com a autoridade e frustrações pessoais à desestruturação familiar. E alertou ainda para o impulso que as drogas costumam dar a uma atitude transgressora, "sintoma mais marcante da sociedade atual".

Cultura de paz

Ao mesmo tempo em que também vê professores e alunos como alvo de bullying, o presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, os convoca a denunciar essas agressões e a disseminar uma cultura de paz nas escolas.

O psiquiatra citou distúrbios mentais que podem estar associados a esse tipo de violência, como depressão, anorexia, transtornos bipolar e de déficit de atenção, e observou que a comunidade escolar precisa não só estar apta a identificá-los, mas saber também para onde encaminhar esses casos.

- É muita gente doente sem tratamento adequado. Vivemos um problema de desassistência psiquiátrica no país. É preciso identificar os transtornos de conduta que levam ao uso de drogas e a um comportamento antissocial - sustentou Antonio Geraldo.

Ainda sobre a questão de entorpecentes, o presidente da ABP defendeu uma maior taxação e controle na produção e venda de insumos legais usados na produção de cocaína e "crack". Após afirmar a posição da entidade totalmente contrária à liberação das drogas no país, convidou o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), a ser padrinho da campanha "craque que é craque não usa crack", a ser lançada em seminário nacional sobre o assunto, marcado para novembro, no Rio de Janeiro.



18/04/2011

Agência Senado


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