Comissão adia depoimentos de Jorge Lorenzetti, Gedimar Passos e Valdebran Padilha



Foram adiados os depoimentos de Jorge Lorenzetti, Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas. Eles são acusados de tentar comprar um dossiê que supostamente incriminaria candidatos do PSDB no caso da "máfia das ambulâncias". A decisão pelo adiamento foi do presidente da comissão, deputado federal Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), após solicitação do deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) e consulta aos membros da CPI que estavam presentes à sessão. Ainda não foi marcada uma nova data para que a comissão ouça os três.

- Eu era a favor da realização dos depoimentos - declarou Biscaia, acrescentando que "tudo indica que houve um entendimento entre o PT e o PSDB para que não fosse realizada a audiência".

Logo no início da reunião, o vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann, solicitou o adiamento, argumentando que não houve tempo para que os integrantes da comissão analisassem dados relacionados ao caso, já que acomissão havia recebido somente na sexta-feira (27) parte da documentação sobre o inquérito conduzido pela Justiça Federal de Mato Grosso. Jungmann também disse que a operação padrão realizada pelos controladores de tráfego aéreo, que tem causado o atraso de vôos em aeroportos do país, estaria impedindo a volta de parlamentares a Brasília a tempo de participar das sessões.

Outros membros da comissão - tanto governistas como oposicionistas - também se manifestaram favoravelmente ao adiamento, reiterando a necessidade de tempo para analisar a documentação. Entre eles estavam o relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), que é sub-relator da comissão.

Segundo a secretaria da CPI dos Sanguessugas, a documentação recebida na última sexta-feira é composta de relatórios de quebra dos sigilo telefônicos de alguns dos envolvidos no escândalo do dossiê (incluindo Jorge Lorenzetti, Gedimar Passos e Valdebran Padilha), cruzamentos de dados relacionados a essas quebras e transcrições de interrogatórios conduzidos pela Polícia Federal, entre outros itens.

Entendimento

Ao ser questionado por jornalistas se o "entendimento entre governistas e oposicionistas" na reunião desta terça-feira refletiria uma mudança em relação às discordâncias manifestadas nas últimas semanas, o presidente da CPI declarou que "o clima na comissão era de cordialidade até o momento em que o eleitor se decidiu pelo segundo turno", referindo-se à recente disputa pela Presidência da República. Biscaia havia dito, dias antes, que temia que a "politização" da CPI inviabilizasse os trabalhos da comissão.

- O clima azedou depois do primeiro turno, mas agora está ameno. O entendimento é fundamental - disse o deputado.



31/10/2006

Agência Senado


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