COMISSÃO APROVA GASTOS DO GOVERNO COM JUROS DA DÍVIDA



A Comissão Mista de Orçamento aprovou nesta quarta-feira (dia 26) o sub-relatório que estabelece o gasto governamental com juros previsto no orçamento deste ano. Somando todos os encargos da dívida pública federal, a União gastará até dezembro R$ 78,1 bilhões. Descontado o que recebe em juros, ou seja, de empréstimos concedidos, refinanciamento de dívidas estaduais e remuneração de títulos parados no Banco Central, a conta líquida estimada pela equipe econômica será de R$ 25,8 bilhões. O estoque da dívida pública chegará a dezembro próximo em R$ 553,7 bilhões.Durante a votação, vários deputados criticaram os gastos com juros e lamentaram que, pela Constituição, o Congresso não pode mexer no dinheiro destinado ao pagamento de encargos da dívida. O gasto final com juros reais ficará acima do valor destinado a toda a área de saúde (R$ 19,6 bilhões) ou o dobro com a educação (R$ 12,4 bilhões). O sub-relator da área temática "Fazenda e Desenvolvimento", na qual constam os juros, deputado Freire Júnior (PMDB-TO), afirmou que a previsão de se gastar em termos líquidos R$ 25,8 bilhões é muito otimista e parte do princípio que tudo correrá muito bem na área econômica neste ano. O deputado considera otimismo do governo a previsão de que taxa real média de juros da dívida pública será de "apenas 6,9% no ano". Outro ponto sobre o qual o sub-relator manifestou dúvidas refere-se à amortização de uma parte do estoque da dívida pública, com destaque para R$ 20,3 bilhões provenientes das privatizações. Freire Júnior lembrou em seu relatório que, no ano passado, o governo gastou em juros líquidos R$ 73,2 bilhões, ou seja, prevê-se uma queda neste pagamento em quase 65%.Conforme a proposta de orçamento, o estoque da dívida pública do Tesouro Nacional chegará ao final deste ano em R$ 553,7 bilhões, sendo R$ 440,2 bilhões no mercado interno e R$ 113,5 bilhões no exterior. A dívida em títulos no mercado interno estará em dezembro deste ano em R$ 411,8 bilhões, mas nem tudo estará no mercado - uma parte estará nas mãos do Banco Central.O sub-relatório "Fazenda e Desenvolvimento" aprovado nesta quarta-feira (dia 26) engloba os gastos do Ministério da Fazenda (inclusive Banco Central), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e os "Encargos Financeiros da União" (dívida pública e juros). O Ministério da Fazenda gastará R$ 3,4 bilhões e o Ministério do Desenvolvimento R$ 975 milhões.Nesta quinta-feira (dia 27), a partir das 10h, os deputados e senadores da Comissão Mista de Orçamento votarão os destaques de emendas apresentados ao sub-relatório "Fazenda e Desenvolvimento" e "Agricultura e Política Fundiária". Se houver tempo, será iniciada a votação do quinto sub-relatório ("Infra-Estrutura"), o quinto dos dez em que foi dividido o Orçamento para este ano.

26/01/2000

Agência Senado


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