Comissão de Educação e Abert debatem violência na TV e rádios comunitárias
Em encontro que durou quase uma hora, Ricardo Santos e Paulo Machado de Carvalho Neto trocaram idéias sobre o conteúdo da programação de televisão. O senador comentou que programas exibindo cenas violentas vão ao ar entre as 20h e as 22h, manifestou o desejo de conhecer o código de ética das emissoras e quis saber do presidente da Abert em que medida os meios de comunicação poderiam contribuir para a construção da cidadania, a valorização das manifestações culturais locais e a adoção de uma estratégia de prevenção da violência.
- É preciso mostrar bons exemplos, experiências exemplares - sugeriu.
O presidente da Abert defendeu o entendimento de que o caminho para a melhora da programação é a auto-regulação, "que parte de uma conscientização interna, dos empresários" e disse que os problemas são pontuais e específicos, existindo "eventuais excessos". Ele acrescentou que a radiodifusão presta um grande serviço ao país, nos aspectos de integração e produção nacionais e na melhora da qualidade de vida dos cidadãos.
- O grande controle da radiodifusão é feito pela própria sociedade e cabe a ela lutar pelo que quer ouvir e assistir - completou.
Paulo Machado de Carvalho Neto disse ainda que gostaria que Ricardo Santos encontrasse na Abert as portas abertas para o intercâmbio de idéias "de maneira transparente e sem subterfúgios". O presidente da CE, por sua vez, disse que quer maior interação da comissão com entidades ligadas aos temas pertinentes a suas atribuições - educação, cultura, desporto, ciência e tecnologia e comunicação.
Em relação à medida provisória, o presidente da Abert disse que as emissoras de radiodifusão que funcionam ilegalmente não afetam comercialmente as médias e grandes emissoras, mas ocupam de maneira descontrolada o espectro eletromagnético, que é finito, o que prejudica a audiência das emissoras. Acrescentou que o interesse da Abert é com a regularização das rádios comunitárias. Ricardo Santos comprometeu-se a reunir-se com o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, para tratar da possibilidade de alteração na MP, e defendeu a simplificação do processo legislativo de autorização para o funcionamento das emissoras de rádio e televisão.
São associadas à Abert 2.200 emissoras de rádio e 370 de televisão, segundo informou o seu presidente.
10/05/2001
Agência Senado
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