Comissão de Finanças discute a contribuição do trabalho da mulher na economia gaúcha



A Comissão de Finanças e Planejamento da Assembléia Legislativa promoveu um painel sobre a "Contribuição do Trabalho da Mulher na Economia Gaúcha", para comemorar o 8 de março - Dia Internacional da Mulher. "As mulheres passaram a compreender que o bem estar de suas famílias depende das decisões dos organismos internacionais, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio", disse a deputada Cecilia Hypolito (PT), primeira mulher a presidir esta importante Comissão do legislativo estadual. A socióloga Isabel Herz, da Fundação de Economia e Estatística (FEE) discorreu sobre a participação da mulher no mercado formal de trabalho do Rio Grande do Sul, na última década. Em 1989, as mulheres representavam 38.6% do total de empregados e, em 1998 a participação feminina no mercado de trabalho pulou para 41%. Ela observou que este crescimento ocorreu mesmo numa conjuntura de queda na oferta de empregos. Isabel Herz disse, também, que as mulheres são as primeiras a serem dispensadas nos momentos de crise e que está aumentando a presença feminina no setor de serviços e na administração pública. Além disso, as mulheres apresentam um melhor nível de escolaridade. Para se ter uma idéia,. em 1998, quase 50% das mulheres empregadas tinham ensino médio completo, enquanto no universo masculino este percentual ficava na marca dos 25%. A comérciária Eulita Kich relatou sua participação na Marcha Mundial das Mulheres, que aconteceu em 17 de outubro do ano passado, em Nova Iorque. "Caminhamos cerca de duas horas e entregamos um abaixo-assinado, com cinco milhões de assinaturas para a ONU e para outros organismos internacionais. O eixo da Marcha foi a luta pelo fim da miséria e da violência contra as mulheres. Mais de 1.500 trabalhadoras rurais e 160 crianças estão acampadas em Porto Alegre nesta semana de março, disse Lurdes Pazza, representante do movimento das trabalhadoras rurais. Ela estima que em todo o país, chegue a 40 mil o número de trabalhadoras acampadas. As trabalhadoras rurais estão reivindicando a suspensão do pagamento das dívidas interna e externa e um Brasil livre de transgênicos, entre outras. A experiência de Teresinha Prudente, que ingressou no mercado do trabalho aos 40 anos, ilustrou a importância da luta das mulheres. Teresinha enfrentou dificuldades para convencer o marido e os seis filhos de que poderia trabalhar e voltar a estudar. Hoje ela atua como assessora comunitária do DMLU e é com orgulho que conta sua experiência às outras mulheres. A deputada Jussara Cony (PCdoB), que historicamente participa da luta das mulheres, lembrou que 80% dos alimentos do mundo são produzidos por mulher e, ao mesmo tempo, 70% dos mais pobres do mundo são mulheres. "Avançamos muito, mas temos o desafio de construir uma nova sociedade", defendeu a parlamentar. Além do movimento de mulheres, também prestigiaram a audiência pública, a deputada Maria do Rosário (PT), o deputado Ronaldo Zülke (PT), o deputado Valdir Andres (PPB), o deputado Adroaldo Loureiro (PDT) e o deputado Bernardo de Souza (PPS).

03/08/2001


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