Comissão de Relações Exteriores assumiu protagonismo em assuntos de política externa, diz Ferraço




Ferraço (C) e Sérgio Petecão (E), na visita para verificar a situação dos haitianos no Acre

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A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado fez muito mais que sabatinar futuros chefes das missões diplomáticas do país ao longo de 2013. O colegiado assumiu protagonismo nas mais importantes questões referentes à política externa brasileira e deve continuar nesta linha no próximo ano. A avaliação é do presidente da CRE, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

– Política externa é um assunto com enorme capacidade de impactar a vida das pessoas porque o mundo está interligado, em rede, e o que acontece agora em Bombaim ou Shangai, por exemplo, tem impacto direto na geração de oportunidades para os brasileiros – analisou.

Ferraço destacou questões relevantes que exigiram a intervenção direta da comissão, como a prisão de torcedores corinthianos na Bolívia; a imigração em massa de hatianos para o Brasil através da fronteira do Acre, o futuro do Mercosul, além de assuntos relacionados à defesa nacional, como o Sistema de Monitoramento de Fronteira (Sisfron), elaborado pelo Exército e que envolve o uso de radares, redes de comunicação e até veículos aéreos não tripulados.

– Nós atuamos, por exemplo, na questão dos imigrantes haitianos, que é um problema complexo que nosso país está enfrentando. Para se ter uma ideia, em 2010, 37 deles chegaram aqui. Em 2013, foram quase 10 mil. E 90% estão entrando pelo Acre, causando muita dificuldade a prefeituras e ao governo do Estado em função da ausência de uma política permanente que possa acolher esse fluxo. Em algumas semanas, vamos ao Amapá identificar um outro problema na fronteira com a Guiana Francesa em função da mineração ilegal – avisou o senador, ao ressaltar que a CRE desenvolve número crescente de atividades externas, com atuação além da estrutura física do Senado.

O futuro do Mercosul é outra questão que preocupa o senador e deve continuar em pauta na comissão em 2014. Segundo ele, o trabalho será no sentido de evitar que interesses comerciais gerem uma divisão dos países em "América do Sul do Atlântico" e "América do Sul do Pacífico".

– O Brasil como líder tem que ter noção da dimensão de sua responsabilidade para permitir que isso não aconteça em função das alianças regionais que estão se estabelecendo – disse.



19/12/2013

Agência Senado


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