Comissão do Mercosul quer desenvolvimento do turismo na tríplice fronteira



Palestra realizada no auditório do Interlegis sobre os potenciais turísticos da tríplice fronteira, que engloba as regiões do Brasil, Argentina e Paraguai próximas à foz do rio Iguaçu, forneceu elementos que levaram a Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul (CPCM) a aprovar recomendação ao Conselho do Mercado Comum no sentido de promover a integração e o desenvolvimento econômico nessa área, que envolve a maior população de fronteira desses três países que fazem parte do bloco econômico. A recomendação pede o estímulo à implantação de parques temáticos e centros de entretenimento com aporte de recursos para a consolidação do Pólo Turístico Internacional Iguaçu, criado por Resolução do Mercosul em 1997. Os parlamentares da CPCM também decidiram sugerir ao CMC a criação de um Comitê Permanente das Três Fronteiras, composto por representantes de entidades da sociedade civil da região, para fazer um levantamento dos problemas e oferecer um plano de desenvolvimento. Na palestra, Faisal Saleh, presidente do Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu (PR), detalhou o potencial turístico da região, que tem reservas biológicas, as Cataratas do Iguaçu, o lago e a represa de Itaipu, entre outras atrações ligadas a esportes aquáticos e ao ecoturismo. A riqueza étnica dos três países, a grande diversidade cultural, a gastronomia e a boa infra-estrutura hoteleira foram destacados por Saleh em sua exposição aos parlamentares da CPCM. - Essa região representa a convivência harmônica, na América do Sul, de diversos povos que, ao mesmo tempo, têm uma história comum - afirma Saleh, que lamenta, porém, que os boatos não comprovados sobre a existência de células terroristas ligadas ao grupo islâmico Al Qaeda na região tenham abalado o turismo estrangeiro na tríplice fronteira. Para o palestrante, esses boatos que estigmatizam a região devem ser objeto de reflexão pelos governos dos países que compõem a tríplice fronteira. Saleh entende que os parlamentares devem exigir retratação e a região deve ser compensada com a divulgação de suas potencialidades.

- Porque estão querendo marginalizar essa região? Qual o interesse por trás da desestabilização de uma região que pode beneficiar os três países? Talvez convenha a alguém desacreditar e neutralizar a pujança dessa área estratégica, pois a harmonia e o progresso na fronteira simbolizaria o maior sucesso da integração do Mercosul, o que representaria o fracasso de outros projetos - analisou Saleh.




05/12/2002

Agência Senado


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