COMISSÃO OUVE EX-CONTADOR DO CENTRO DO MENOR DE JUNDIAÍ



O ex-contador do Centro de Orientação do Menor de Jundiaí (Comej), Esdras Augusto de Carvalho, é o depoente desta terça-feira (dia 22) na CPI do Judiciário. Ele deve falar sobre suspeitas de que o Comej teria recebido recursos de organismos internacionais para intermediar adoções de crianças na cidade de Jundiaí (SP). A CPI investiga a participação do juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, então titular dessa comarca.Entre 1992 e 1998, foram autorizadas 484 adoções no município paulista de 380 mil habitantes, das quais 204 por casais estrangeiros. As adoções por estrangeiros não passam de cinco entre as 1.252 ocorridas em Guarulhos (com 800 mil habitantes), ou 40 entre as 1.141 adoções realizadas na vizinha Campinas (1,2 milhão de habitantes). O Comej, conforme afirmou à CPI o advogado Marco Antonio Colagrossi, foi fundado pelo juiz e pela promotora Inês Bicudo. A instituição, acrescentou o advogado, tinha relações com uma entidade italiana de adoção, a AMI. De acordo com o deputado Renato Simões, que presidiu comissão parlamentar sobre o caso na Assembléia Legislativa de São Paulo, há provas do envio de pelo menos R$ 135 mil da AMI ao Comej.Reportagem da revista Istoé informou da existência de um cheque neste valor, não computado na contabilidade do Comej. Este dinheiro, segundo o autor da reportagem, Mario Simas, teria sido repassado à promotora, que era quem propunha a destituição do pátrio poder, condição necessária para que fossem feitas as adoções.O depoimento de Esdras de Carvalho estava marcado para a quarta-feira (dia 16), mas a pedido do depoente, que alegou estar reunindo documentos, foi adiado. O presidente da CPI, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), disse que um novo adiamento será tratado como recusa a depor, sujeitando o ex-contador do Comej às penas previstas no Código de Processo Penal.

18/06/1999

Agência Senado


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