Comissões do Mercosul programam atividades para 2008
Realizadas ao mesmo tempo em que se encontravam em Montevidéu os chefes de Estado dos países do bloco, três reuniões de comissões permanentes do Parlamento do Mercosul destinaram-se principalmente, nesta terça-feira (18), a estabelecer agendas de trabalho para o ano de 2008. A reduzida presença de parlamentares e a ausência de representantes paraguaios - em duas das três comissões - não permitiram que ocorressem deliberações.
A Comissão de Trabalho, Políticas de Emprego, Seguridade Social e Economia Social estabeleceu como meta para o ano que vem a realização de um ciclo de audiências públicas sobre o livre trânsito de trabalhadores entre os países do Mercosul. Serão convidados representantes de sindicatos de empresários e trabalhadores para discutir o tema.
A Comissão de Infra-Estrutura, Transporte, Recursos Energéticos, Agricultura, Pecuária e Pesca programou visitas a usinas hidrelétricas da região em março e a realização de um seminário sobre integração energética em abril, no Chile. Por sua vez, a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos decidiu que definirá dois temas prioritários para debater em 2008, logo na primeira reunião do ano, prevista para março.
Segundo o vice-presidente brasileiro do Parlamento do Mercosul, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), o pequeno número de parlamentares presentes nas reuniões das comissões pode ser explicado pela troca de parlamentares argentinos - uma vez que o país acaba de passar por eleições - e pelo processo eleitoral em curso no Paraguai.
Além disso, observou o deputado, alguns parlamentares dos dois países haviam ido, na manhã desta terça-feira, à sede do Mercosul, localizada a aproximadamente cinco quilômetros do Palácio Legislativo - onde ocorre a oitava sessão do Parlamento do Mercosul -, para tentar participar do encontro de chefes de Estado do bloco.
O encontro acontece em um momento difícil para o Mercosul, marcado especialmente por divergências entre o Uruguai e a Argentina sobre a instalação de fábricas de celulose em território uruguaio. O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, tem, inclusive, ameaçado deixar o bloco. Esta foi a primeira vez que os parlamentares não foram convidados para participar da cúpula presidencial.
- Este foi um momento em que os presidentes quiseram se reunir em separado. Mas temos que nos preocupar com a falta de quórum, pois o Parlamento do Mercosul não pode cometer esse erro - alertou Dr. Rosinha.
18/12/2007
Agência Senado
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