Compadre do presidente Lula depõe nesta terça-feira



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos ouve nesta terça-feira (18), a partir das 11h, o advogado e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira. Ele foi acusado pelo ex-secretário de Finanças de Campinas e São José dos Campos, Paulo de Tarso Venceslau, de ter comandado na década de 1990 um esquema de arrecadação irregular de dinheiro junto a prefeituras petistas em cidades do estado de São Paulo. Os recursos teriam sido utilizados em campanhas eleitorais.

Em recente depoimento à CPI dos Bingos, Venceslau acusou Roberto Teixeira de ter usado a Consultoria para Empresas e Municípios S/C (CPEM) para desviar dinheiro e montar o caixa dois do PT. De acordo com o ex-secretário, Teixeira agia com outro amigo do presidente Lula, Paulo Okamotto, atual presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Tanto Okamotto quanto Teixeira - padrinho do filho caçula de Lula, Luiz Cláudio - negam as acusações.

A expectativa é que a oposição, certamente, centrará fogo em outra acusação, também considerada grave pelos parlamentares oposicionistas: a de que Lula teria ocupado por vários anos uma casa em São Bernardo do Campo (SP) emprestada por Roberto Teixeira. Na prática, senadores da oposição vão tentar demonstrar a existência de um estreito relacionamento entre Lula e Teixeira, o que, segundo eles, pode levar à conclusão de que Lula tinha conhecimento da existência de caixa dois nas campanhas eleitorais para as prefeituras petistas.

Caseiro

A secretaria da CPI dos Bingos informa que antes do depoimento de Roberto Teixeira poderá ser votado o requerimento do senador José Jorge (PFL-PE) que convoca para depor o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, acusado de ser um dos principais responsáveis pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa Santos - o Nildo. O caseiro declarou que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci freqüentava uma mansão no Lago Sul, em Brasília, alugada por assessores seus na prefeitura deRibeirão Preto (SP).

Constam da pauta ainda três requerimentos que convocam para depor dois assessores do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. São eles: Cláudio Demzuk de Alencar e Daniel Krepel Goldberg, acusados de terem participado da articulação que culminou com a quebra do sigilo bancário de Francenildo. Os requerimentos são de autoriados senadores Romeu Tuma (PFL-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR) e José Jorge.

Também deverá ser votada a convocação do jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de imprensa do ex-ministro Palocci. Netto é acusado de ter vazado para a revista Época informações sobre a movimentação bancária do caseiro Francenildo. O requerimento é do senador Romeu Tuma.



17/04/2006

Agência Senado


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