Comunidade carente prefere receber bônus-alimentação em dinheiro, alerta Suplicy



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse estar encaminhando, nesta quinta-feira (14), ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e a seus assessores Antonio Palocci e José Graziano - este coordenador do programa Fome Zero -, um comunicado no qual relata o resultado de contatos que fez em diversas comunidades carentes no interior de São Paulo, onde colheu informações sobre a preferência absoluta das pessoas pelo bônus-alimentação, a ser concedido pelo governo, na forma de dinheiro e não por meio de tíquetes.

Suplicy disse, inclusive, que visitou no bairro Castro Alves, na cidade de Tiradentes (SP), o catador de papéis Francisco Aparecido Vicente, que participou de documentários feitos para a televisão veiculados pelo PT durante a última campanha presidencial. O catador, com uma renda de R$ 5,00 por dia, vive com a esposa, Maria José Pedrosa Silva, e cinco filhos, o mais velho com 8 anos e a mais nova com apenas um mês de idade.

Após conversar com o catador, sua esposa e vários vizinhos que se encontram praticamente na mesma situação de renda, Suplicy disse ser unânime a opinião de todos em defesa de um bônus-alimentação na forma de dinheiro e não na forma de tíquete.

O senador informou que essa mesma opinião ele colheu, também, no encontro do qual participou com 200 mães reunidas na Escola Maria Montessori, em Itaquera (SP), juntamente com Ana Fonseca, coordenadora do Programa Renda Mínima Associado à Educação. Ali - observou - houve também unanimidade na defesa da forma monetária como o melhor meio de distribuição da ajuda do governo. Suplicy procurou, também, destacar o acerto do futuro governo ao definir o combate à fome como sua maior prioridade.

No pronunciamento que fez nesta quinta-feira, da tribuna do Plenário, o senador Suplicy elogiou ainda a posição adotada pelo presidente Sadam Hussein, do Iraque, que decidiu acatar a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), mesmo com o parlamento do seu país recomendando o contrário.

Após intensas manifestações em todo o mundo em benefício da paz - lembrou Suplicy -, em grandes cidades como Florença, Londres, Frankfurt e São Paulo, -parece que o bom senso acabou prevalecendo-. O senador considerou ainda muito importantes para a paz as posições assumidas perante o Conselho de Segurança da ONU pelos governos da França, Alemanha, Rússia, e China.



14/11/2002

Agência Senado


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