Comunidades pacificadas vão ao balé no Theatro Municipal



Dois mil moradores de comunidades do Rio de Janeiro, onde foram instaladas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), vão assistir, na sexta-feira (6), a uma apresentação especial do balé O Quebra-Nozes, de Tchaikovsky, em versão assinada pela coreógrafa Dalal Achcar, considerado uma das peças mais importantes no balé clássico mundial.

A iniciativa é da Secretaria de Cultura do Rio em parceria com a Secretaria de Segurança, em celebração ao Dia de Reis. Segundo a secretária de Cultura, Adriana Rattes, os convidados são moradores de 24 comunidades com UPPs - Santa Marta, Batan, Cidade de Deus (quadras), Cidade de Deus (apartamentos), Cidade de Deus (karatê), Chapéu Mangueira, Tabajaras, Borel, Pavão, Providência, Formiga, Andaraí, Turano, São João, Prazeres, Mangueira, Salgueiro, Macacos, Fallet, São Carlos, Rocinha, Vidigal, Morro Azul e Cruzada São Sebastião.

Adriana Rattes espera que esse seja um grande momento do processo de pacificação. “Um momento de celebração, de novo impulso para o ano e de todo o trabalho a ser feito para consolidar o processo”. Ela informou que serão distribuídos mais 100 convites para policiais que atuam nas UPPs e seus parentes.

O objetivo, disse a secretária, é oferecer às comunidades a inclusão também do ponto de vista cultural. “Usar a cultura como instrumento para melhorar o relacionamento com a comunidade e transformar a vida de pessoas que estão lá, para oferecer novas oportunidades. Principalmente para as crianças e jovens das comunidades”.

Adriana explicou que a ideia não é fazer apenas um evento no ano, como esse no Theatro Municipal, ou o que foi realizado durante o Natal, quando a secretaria levou o corpo de baile do teatro à Rocinha, na zona sul da cidade. Segundo ela, este ano haverá um calendário grande de atividades artísticas levadas de fora para as comunidades, mas também de apoio a atividades das próprias comunidades. "É um processo de intercâmbio entre artistas, criadores e produtores culturais de fora com os da comunidade, para que possam criar juntos. Para que os talentos da comunidade também possam sair dali e aparecer para o resto da cidade, o resto do estado”.

O trabalho envolve desde a instalação de bibliotecas-parque até uma série de eventos e patrocínios a microprojetos. O primeiro grande evento do calendário cultural, em 2012, será a inauguração, em fevereiro, da biblioteca-parque da Rocinha, que começará com um acervo de 15 mil livros. As publicações foram compradas pelo governo fluminense a partir de um acervo previamente definido como importante para uma biblioteca pública. A unidade da Rocinha totalizará 25 mil livros. “São bibliotecas que funcionam como centros culturais”, destacou a secretária.

Adriana Rattes informou que a unidade terá ainda cineteatro, cozinha-escola, além de estúdios de gravação de áudio e vídeo, atendendo a uma demanda de produção nessa área que é significativa na comunidade. A biblioteca-parque ficará aberta ao público diariamente das 9h às 21h, incluindo os fins de semana.

No segundo semestre, o cronograma prevê a abertura da biblioteca-parque do Complexo do Alemão, conjunto de favelas situado na zona norte da cidade. Adriana Rattes lembrou que o sucesso desses empreendimentos pode ser medido pelo público que frequenta a primeira biblioteca-parque, implantada pelo estado há um ano e meio na comunidade de Manguinhos, também na zona norte.

A unidade de Manguinhos registra um público médio de 15 mil pessoas por mês. O projeto ganhou, no ano passado, o Prêmio José Olympio, como melhor iniciativa de incentivo à leitura no Brasil. “É o que a gente espera na biblioteca da Rocinha”, disse Adriana.

 

Fonte:
Agência Brasil



05/01/2012 11:12


Artigos Relacionados


Comunidades pacificadas do Rio de Janeiro vão receber núcleos de Justiça

Suplicy comenta efeito das UPPs na economia de comunidades pacificadas do RJ

Theatro Municipal de São Paulo comemora centenário

Obama discursará para convidados no Theatro Municipal

BNDES dá apoio financeiro de R$ 3,15 milhões para restaurar Theatro Municipal do Rio

Desabamento de prédios causou danos reversíveis ao Theatro Municipal, avalia Iphan