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Congresso dá a Bush verbas e poderes especiais para guerra O presidente dos EUA, George W. Bush, decretou estado de emergência ontem e determinou ao Pentágono a convocação de 50 mil reservistas. Os planos militares, intensificados, demonstram que os americanos se preparam para uma longa campanha. O Senado aprovou - por 98 votos a zero - uma resolução que autoriza a declaração de guerra e liberou US$ 40 bilhões para medidas de emergência e combate ao terrorismo. "Esse conflito começou no tempo e nos termos de outros, mas vai terminar da forma e na hora escolhidas por nós. Essa nação é pacífica, mas se torna feroz quando levada à cólera", disse Bush, que visitou os escombros do World Trade Center, em Nova York, e foi recebido com um coro patriótico. Em Cabul, no Afeganistão, parte da população se prepara para um ataque cavando trincheiras nas ruas, enquanto outros fogem do país. O líder dos talibãs, Mohamad Omar, convocou os afegãos a se prepararem para uma guerra santa. (pág. 1 e Caderno Especial) * O Consulado Geral do Brasil em Nova York já encontrou 57 brasileiros que eram dados como desaparecidos por parentes desde o atentado ao World Trade Center. Cai, assim, para 26 o número de brasileiros que continuam sendo procurados. Passageiros devem fazer "chek in" mais cedo: duas horas antes em vôos nacionais e três, nos internacionais. (pág. 1, 5 e 6) * A retração nas exportações levou o Governo a aumentar em R$ 100 milhões o orçamento do Programa de Financiamento às Exportações, que deverá receber no futuro outros R$ 140 milhões. Pelo quarto mês consecutivo, o comércio varejista do País registrou em julho queda nas vendas. A taxa caiu 3,85%, índice bem superior aos 0,99% verificados em junho. (pág. 2, 23 e 24) * O Brasil não conseguiu cumprir 15 das 23 metas firmadas em 1990 com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que visavam a melhorar a qualidade de vida das crianças brasileiras. A informação consta do relatório enviado pelo Governo ao Unicef e que será discutido na Cúpula da Infância, prevista para ocorrer este mês em Nova York. (pág. 2 e 9) * O nome do futuro presidente do Senado deverá ser anunciado ainda hoje pelo comando do PMDB. O líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), teve um encontro ontem à noite com o ex-presidente do Senado, José Sarney (AP). Os dois são os nomes mais fortes para substituir Jader Barbalho (PA) no posto. Os principais líderes peemedebistas estão sendo aguardados em Brasília e devem bater o martelo em reunião marcada para este sábado. (...) (pág. 4) * A denúncia de um membro da quadrilha do traficante Celsinho da Vila Vintém de que o subsecretário de Segurança, coronel Lenine de Freitas, recebia propina abriu uma nova crise na polícia do Rio. Lenine, cujo afastamento chegou a ser anunciado, apenas saiu de férias. Quem perdeu o cargo foi o coronel Valmir Brum, assessor da Ouvidoria de Polícia, que encaminhara a denúncia. (pág. 1 e 12 a 15) * O juiz da 8ª Vara Criminal Federal em São Paulo, Fernando Moreira Gonçalves, determinou ontem a quebra do sigilo bancário do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB). Além disso, determinou que o Ministério das Relações Exteriores firme um acordo de cooperação internacional com autoridade da Suíça para a troca de informações a respeito das contas do ex-prefeito no exterior. O juiz também pediu ao Citibank no Brasil para informar se alguém da família Maluf abriu conta em alguma agência do banco naquele país. Na prática, a decisão equivale a uma quebra do sigilo bancário de Maluf também na Suíça. O ex-prefeito é investigado pela Procuradoria Geral daquele país por suspeita de lavagem de dinheiro. (...) (pág. 3) Editorial "Regras formais" É de se esperar que não haja novos adiamentos da votação do projeto que cria um Código de Ética na Câmara dos Vereadores do Rio. Ainda que não se trate de questão de extrema urgência, é indispensável que sejam estabelecidos, de uma vez por todas, princípios formais para reger o comportamento dos parlamentares. Determinadas atitudes, mesmo quando não constituem crime, são de má-fé flagrante; outras, no entanto, situam-se dentro do que, pelo menos para alguns, constitui uma espécie de zona cinzenta. É o caso, por exemplo, do nepotismo, velho pecado na vida pública brasileira. (...) É principalmente em casos assim que um Código de Ética se mostrará muito útil. Se bem elaborado, ele terá o grande valor de afastar qualquer possibilidade de discussão e polêmica: a atitude condenável ali deverá estar prevista, com todas as letras. (...) (pág. 6) Colunistas Panorama Político - Tereza Cruvinel "Não se enganem, a torre caiu para a direta". Incorporando o profeta mediúnico que disputa a voz do publicitário, Nizan Guanaes assim dizia na quarta-feira a jornalistas ainda atônitos com os fatos insólitos do dia anterior nos EUA. As torres do WTC caíram na vertical, mas farão o mundo pender para algum lado, pois eles continuam existindo, apesar dos que decretaram o contrário. Ainda que direita e esquerda já não tenham o mesmo sentido dos tempos da Guerra Fria, o mundo mudará, política e economicamente, e essas mudanças hão de afetar principalmente os países da periferia do capitalismo global. (...) (pág. 2) Nhenhenhém - Jorge Bastos Moreno FH, em pronunciamento à nação sobre os atentados terroristas, foi a minúcias. Disse que tinha ligado para Bush, que não estava, mas, sabendo que estava sendo procurado por ele, certamente retornaria a ligação mais tarde. Em resumo, tratou o Bush com a mesma intimidade com que trata o Geddel Vieira Lima. Enlevado com o prestígio do nosso Presidente, o senador Pedro Simon acompanhou atentamente os agradecimentos do secretário de Estado americano a todos os que se solidarizaram com a Casa Branca. Mas ficou desolado: "Tchê, o cara lá cita mais de 40 chefes de Estados, inclusive o nosso vizinho ali da Argentina. Mas não citou o Fernando Henrique". (pág. 3) Ancelmo Góis A cúpula do PDMB caminha para indicar José Alencar para presidir o Senado. Políticos temporão, o mineiro de 70 anos tem trânsito na oposição (chegou a ser falado como vice de Lula). Ele é dono da Coteminas, segundo grupo têxtil do País. * O Governo vai convocar, com campanhas no rádio, na TV e nos jornais, 45 milhões de brasileiros para se cadastrarem para receber o dinheiro extra das perdas do FGTS, provocadas pelos planos Verão e parte do Collor I. Mas tem gente graúda que jura ter ouvido da equipe econômica conselho para deixar esta campanha de divulgação de lado. A lógica era perversa. Sem barulho, muita gente poderia se esquecer desse dinheiro e com isso, pasmem, o Tesouro Nacional economizaria. (pág. 15) Topo da página

09/15/2001

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