Congresso homenageia cooperativismo
"O cooperativismo mostra que uma forma de capitalismo com mais igualdade social é possível", disse a 2ª vice-presidente do Senado, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), na sessão solene do Congresso Nacional que comemorou no Plenário do Senado, nesta segunda-feira (5), o Dia Internacional do Cooperativismo e os 40 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Na avaliação da senadora, o desenvolvimento econômico não pressupõe um "sistema de iniquidade", pelo qual seja necessário alguém perder para que outro obtenha lucro. Serys disse que é preciso haver uma mudança de valores para construir uma sociedade baseada na solidariedade - princípio, disse, presente no cooperativismo.
- Se eu tiver mais lucro está resolvido o meu problema. Mas e o problema do coletivo? E o problema da sociedade? - Perguntou a senadora, para quem é possível buscar um sucesso conjunto.
Ao lembrar que a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) dedica este ano ao tema "A mulher e o cooperativismo - Conquistas e desafios para o empoderamento feminino", Serys também destacou o papel das cooperativas na inserção das mulheres no mercado de trabalho. A senadora disse que a população feminina encontrou no cooperativismo o ambiente perfeito para desenvolver suas ambições empresariais e seus negócios. E informou que a participação da mulher em cooperativas contribui para aumentar a autoestima, oferece a elas acesso a oportunidades e recursos, bem como influencia as mudanças sociais que podem criar uma ordem econômica mais justa.
Apesar de o cooperativismo brasileiro possuir qualidade tal que o coloca como referência no mundo, disse o secretário-geral da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Paulo Piau (PMDB-MG), a adesão ainda é relativamente baixa. O deputado informou que apenas 5% dos brasileiros são cooperativados, enquanto que nos Estados Unidos esse índice é de 30%. Na Europa, 40% da população participam de cooperativas, disse Piau.
O deputado também apelou ao presidente da Câmara, Michel Temer, para que coloque em votação o projeto que cria o marco legal do cooperativismo (PL 4622/04). Ele ainda disse que o Congresso Nacional tem a "missão" de discutir o ato cooperativo para evitar que haja bitributação em relação às atividades das cooperativas. O deputado também pediu incentivos fiscais a essas entidades. Para ele, as cooperativas são importantes, pois produzem bens e serviços de forma mais equilibrada e justa.
Também o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, defendeu o estabelecimento do marco legal do cooperativismo, bem como adequado tratamento tributário e fiscal às cooperativas. Para ele, o cooperativismo gera desenvolvimento econômico com justiça social.
- A eficiência econômica é que traz a eficácia social, não o contrário - observou Márcio Freitas.
A homenagem foi realizada a requerimento do senador Renato Casagrande (PSB-ES) e do presidente da Frencoop, deputado Odacir Zonta (PP-SC).
05/07/2010
Agência Senado
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