Congresso Nacional presta homenagem ao professor Aloísio Teixeira



Um grande professor e um brilhante gestor público. Foi assim que o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) definiu o ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Aloísio Teixeira, falecido neste ano, em homenagem prestada pelo Congresso Nacional, nesta sexta-feira (14). O senador, que presidiu a sessão, disse que a homenagem ao professor se justifica por sua trajetória de vida e pela luta para o aperfeiçoamento da educação superior no Brasil.

Nascido em 1944, Aloísio Teixeira graduou-se em Economia pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, em 1978, e mais tarde fez mestrado em Economia na UFRJ e doutorado também em Economia na Unicamp. Foi professor titular da UFRJ e reitor de 2003 a 2011.

Aloísio Teixeira deixou a UFRJ com 326 programas de especialização, corpo docente de 3,5 mil professores e oferta de 9 mil vagas nos cursos de graduação. Lindbergh ressaltou que antes da gestão de Aloísio a UFRJ tinha 6 mil alunos e hoje tem cerca de 50 mil.
Lindbergh destacou as publicações do professor, com críticas à política econômica do Brasil, e lembrou que ele também defendia mudanças estruturais na indústria, na saúde e na educação.
- Ele sempre defendeu uma universidade laica e popular e sempre lutou pelo bem estar social – afirmou o senador.

Lindberg lembrou ainda que Aloísio Teixeira foi militante do movimento estudantil e membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Preso e torturado durante a ditadura militar, passou seis meses na prisão.

Aloísio Teixeira morreu no último mês de julho, em casa, devido a um infarto fulminante.

Universidade e boa mesa

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que foi amiga pessoal de Aloísio Teixeira, lembrou que, para ele, todos os níveis de educação eram indissociáveis, desde o fundamental até a faculdade. Para a deputada, no entanto, o maior legado do professor Aloísio foi a defesa da integração da universidade aos diversos debates da democracia e do desenvolvimento econômico e social do Brasil.

- Ele acreditava que a universidade tem que formar cidadãos – declarou a deputada.

O reitor da UFRJ, Carlos Levi, disse que o Congresso Nacional fez justiça ao celebrar a obra e homenagear o grande brasileiro que foi Aloísio Teixeira. Levi definiu Aloísio como um intelectual de brilho e democrata convicto e praticante. Ele afirmou que todos os cargos públicos assumidos por Aloísio foram exercidos de forma diferenciada e com dedicação. Levi destacou o compromisso do professor com suas convicções políticas que poderiam conduzir o país a uma situação mais justa, tanto do ponto de vista econômico quanto social.

A paixão pelas artes, pela família, pela “boa mesa” e pelo Botafogo também mereceu destaque no discurso de Levi. Ele disse, porém, que a luta pela democratização do ensino e por uma educação de qualidade é o que merece mais destaque na biografia de Aloísio. Segundo Levi, os alunos de Aloísio se tornavam muito rapidamente seus admiradores.

- Ele teve uma vida pública sempre pautada por valores republicanos – disse.

Para Ivan Camargo, reitor da Universidade de Brasília (Unb), Aloísio Teixeira sempre impressionou pela firmeza de suas posições. Já Antônio Ledo, vice-reitor da UFRJ, disse que foi uma honra ter convivido com Aloísio.

- Eu agradeço pela oportunidade de ter aprendido com Aloísio. Eu aprendi sobre a universidade e sobre a realidade brasileira e aprendi apreciar os pratos que ele preparava – declarou Ledo, lembrando o gosto que ex-reitor da UFRJ tinha pela culinária.

'Excelente pai'

Iracema Teixeira, mãe de Aloísio Teixeira, lamentou que alguns tentem denegrir a memória do filho, com o objetivo de atingir a universidade pública. Ela agradeceu a homenagem que o Congresso Nacional prestou a Aloísio e sua família.

Carlos Teixeira, filho do professor Aloísio, discursou representando a família. Carlos disse que seu pai, além de grande professor e grande chefe de cozinha, foi o maior orador que ele já viu. Ele acrescentou que uma das lições que aprendeu com o pai foi contestar e “duvidar das verdades que nos são apresentadas”.

- Não ter medo, estudar sempre e lutar por um mundo melhor foram outras lições que aprendi. Além de tudo, ele foi um excelente pai – concluiu Carlos, emocionado.



14/12/2012

Agência Senado


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