Congresso se despede de ACM



Ao final da sessão do Congresso Nacional em que foram aprovadas 24 medidas provisórias, uma homenagem de deputados e senadores ao presidente Antonio Carlos Magalhães, que está se despedindo do cargo, trouxe muita emoção ao plenário e levou o presidente às lágrimas.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) ressaltou as posições corajosas de Antonio Carlos na defesa do Senado e do Congresso, e a seriedade com que sempre conduziu os trabalhos legislativos. "Em que pesem nossas divergências, quero externar minha admiração e ressaltar o exemplo magnífico que V.Exa deu a todos nós em tantas oportunidades. Muitas vezes tive orgulho de pertencer ao Congresso, diante da maneira altiva com que soube defender o nome e as causas do Legislativo", afirmou.

Para o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), a figura pública de Antonio Carlos, embora completa e corajosa, perde para a estatura de sua figura humana. "Ao lado do vigor na luta pelas idéias nas quais acredita, tem a coragem de se emocionar, sem esconder seus sentimentos. Aprendi a defender os interesses de Brasília, da mesma maneira que V.Exa. defende os interesses da Bahia", disse.

O líder do PFL na Câmara, Inocêncio de Oliveira (PFL-PE) afirmou que sua gestão como presidente do Senado e do Congresso foi a melhor que a instituição já teve. "Todo o Brasil deve muito a Antonio Carlos, por suas iniciativas em defesa dos mais carentes, como o aumento do salário mínimo e a criação do Fundo de Combate à Pobreza. Por uma feliz coincidência, ele se despede do cargo sentado na mesma cadeira que consagrou seu filho, Luís Eduardo, como o melhor presidente da Câmara que o país já teve", ressaltou.

Falando em nome da bancada do PFL no Senado, Hugo Napoleão (PI) afirmou que Antonio Carlos é um homem de luta, desde os tempos de deputado federal pela UDN, quando era um interlocutor privilegiado do presidente Juscelino Kubistchek, apesar de não pertencer ao seu partido, o PSD. Como exemplos de embates recentes, Napoleão citou a proposta de emenda à Constituição que limita a edição de medidas provisórias pelo governo e a reformulação do Código Civil. "Continue a luta, presidente!", conclamou.

O líder do PDT na Câmara, deputado Miro Teixeira (RJ) enfatizou a transparência com que Antonio Carlos sempre conduziu suas atividades legislativas. "Como é bom ter adversários leais, que dizem o que pensam e sustentam os acordos firmados. Precisamos temer os dissimulados que mudam de posição durante a noite. Com V.Exa. podemos dormir tranqüilos, depois que o jogo foi jogado. Aceite o respeito do PDT", disse.

Para o líder do PT na Câmara, deputado Aloysio Mercadante (SP) a relação com Antonio Carlos sempre foi o fio da navalha: perigosa, mas aberta. Ele louvou sua luta em defesa da independência do Congresso, dizendo que o Legislativo não pode se curvar diante do Executivo, se quiser defender a verdadeira democracia. "Com respeito às diferenças, é possível conviver com o contraditório. Enfrentando a verdade, sem esconder as divergências, dentro de um clima de respeito, adversários políticos podem construir juntos", disse.

O senador Paulo Souto (PFL-BA) disse que as homenagens dos congressistas fazem justiça a trajetória pública de Antonio Carlos, "sempre em defesa do país e da Bahia".

07/02/2001

Agência Senado


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