Conselho de Comunicação discute tecnologia digital na televisão brasileira



A Comissão de Tecnologia Digital do Conselho de Comunicação Social reúne-se nesta quinta-feira (26) a partir das 14h, na sala nº 6 da Ala Senador Nilo Coelho, para discutir a adoção da tecnologia digital na televisão brasileira.

Esta reunião é a primeira de uma série que está sendo programada pelos integrantes da Comissão de Tecnologia Digital para subsidiar resposta à consulta formulada pela Mesa do Senado e encaminhada no início de agosto, solicitando a posição do colegiado sobre a digitalização na área de comunicação no país.

Para este primeiro encontro foram convidados representantes de universidades do país que desenvolvem pesquisas específicas sobre o tema. No dia 10 de outubro, está prevista reunião com representantes dos ministérios envolvidos no problema como o das Comunicações e o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Há também a intenção, conforme Geraldo Pereira dos Santos, integrante da comissão, de realizar encontros com representantes dos modelos hoje existentes no mercado para TV Digital (norte-americano, europeu, japonês e chinês) e com integrantes de universidades que queiram apresentar subsídios sobre a adoção de softwares adequados.

Na próxima reunião do Conselho de Comunicação, marcada para 14 de outubro, os integrantes da Comissão de Tecnologia Digital deverão apresentar uma minuta com a posição preliminar sobre a questão. Geraldo Pereira dos Santos, que é representante das categorias profissionais de cinema e vídeo no Conselho de Comunicação Social, ressaltou a preocupação que os integrantes da Comissão de Tecnologia Digital estão tendo na elaboração da resposta à consulta apresentada pela Mesa do Senado, tendo em vista a transformação e responsabilidade social que o assunto envolve. Ele acentuou ainda a elevada cifra que representará a transição do modelo analógico para o digital na televisão brasileira, algo em torno de US$ 100 bilhões em análise preliminar.

Foram convidados para a reunião desta quinta-feira Marcelo Knörich Zuffo, engenheiro eletricista, professor da Universidade de São Paulo; Max Henrique Machado Costa, engenheiro elétrico, professor da Universidade de Campinas; Hélio Graciosa, presidente do Centro de Pesquisa de Desenvolvimento em Telecomunicações; Guido Lemos de Souza Filho, coordenador da Comissão Especial de Sistemas Multimídia e Hipermídia da Sociedade Brasileira de Computação e Diretor Executivo do Laboratório Nacional de Redes de Computadores; e Israel Fernando de Carvalho Bayma, engenheiro eletricista, diretor do Comitê de Incentivo à Produção do Software GNU e Alternativo.

O coordenador da Comissão de Tecnologia Digital é Daniel Koslovski Herz, representante da categoria dos jornalistas no Conselho de Comunicação Social. Também integram a Comissão, os engenheiros Fernando Bittencourt e Miguel Cipolla Jr..

Política Digital

A Política para Adoção de Tecnologia Digital no Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens no Brasil foi publicada pela Presidência da República no Diário Oficial do último dia 12. Na exposição de motivos, o ministro das Comunicações, Juarez Quadros do Nascimento, argumenta que, à exceção da radiodifusão, os outros meios de comunicação eletrônica de massa já dispõem de tecnologia e infra-estrutura para transmissão digital de conteúdos, permitindo serviços diferenciados aos consumidores. Ele afirma que o sistema digital a ser adotado deverá oferecer capacidade de recepção do sinal com antenas interna e externa e aplicações diferenciadas aos telespectadores da televisão aberta no país, que alcança mais de 90% dos domicílios brasileiros.

Ressalta ainda que a TV Digital deverá proporcionar qualidade de imagem e som consideravelmente superior, bem como maior quantidade e diversidade de programação, além de uma gama de serviços de informação e capacidade interativa.

A implementação dessa política depende da definição do padrão de TV digital a ser adotado no país. Esse é um dos tópicos que mais polêmica tem gerado na discussão do assunto. A Organização Internacional de Telecomunicações (OIT), conforme o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Luiz Guilherme Schymura de Oliveira, em reunião no Senado em junho deste ano, recomenda três modelos: o norte-americano, o europeu e o japonês.



24/09/2002

Agência Senado


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