Segurança: Comunicação via rádio na polícia do Estado utiliza tecnologia digital
Novos equipamentos impedem escuta clandestina e permitem recursos como computação embarcada e videoconferência
A Secretaria de Estado da Segurança Pública realizou licitação internacional no mês passado para aquisição de 945 rádios, denominados transceptores digitais. Os equipamentos serão utilizados em todo o Estado e a primeira parte da entrega, prevista para o mês de dezembro, destina-se ao policiamento da capital e da Região Metropolitana.
A compra faz parte de plano estratégico da secretaria, o Projeto Inteligência Policial, apresentado em 2004. Na época, foi decidido o padrão de telecomunicações a ser usado, o APCO 25, adotado nos Estados Unidos e no Canadá. O uso do padrão foi definido após avaliação pelos corpos técnicos da Segurança Pública e do Centro de Suprimento e Manutenção de Materiais de Telecomunicações da Polícia Militar.
Com essa tecnologia digital que substitui a analógica, a comunicação via rádio passa a ser criptografada (código que embaralha as vozes). A pessoa que sintonizar clandestinamente a mesma freqüência de rádio escutará apenas sons que parecem zumbidos. Os aparelhos comprados agora fazem parte de amplo sistema de telecomunicações, que abrange rádios, modens, roteadores, repetidores, canais de alta velocidade e inúmeros softwares.
Em 2004, por ocasião do início do programa de digitalização do sistema de rádio da Secretaria de Segurança, o governo estadual investiu R$ 22 milhões. No ano seguinte, foram mais R$ 40 milhões. Em 2006, foram injetados R$ 210 milhões, que englobam a compra dos 945 rádios.
Quando estiverem em operação, o policiamento no Estado terá 20% de sua base de telecomunicações digitalizadas. Oficiais da PM e técnicos da Segurança Pública estimam que a digitalização total deva ser concluída em cinco anos, dependendo da distribuição orçamentária do tesouro estadual. O sistema será utilizado por todas as forças da polícia paulista (Militar, Civil, Bombeiros, Florestal, Científica e Rodoviária). Num primeiro momento, com o uso dos novos transceptores, as prioridades das autoridades são a capital e a Grande São Paulo, que concentram aproximadamente 48% da população do Estado.
Capacidade de expansão - No entender dos operadores de comunicação da polícia paulista, a comunicação segura sempre foi aspiração das corporações, sonho que agora será possível com o APCO 25. O sistema digital, além de impedir a escuta clandestina dos sinais de rádio, oferece diversos recursos tecnológicos. Será possível, por exemplo, realizar videoconferências entre oficiais de comando, transmissão em tempo real de imagens geradas em helicópteros e até computador de bordo nas viaturas, que geram informações on-line sobre pessoas eventualmente abordadas para averiguação.
Atendimento eficaz - O padrão permite integrar as operações de todas as forças policiais do Estado, dentro das áreas abrangidas, utilizando recursos modernos e comunicação segura. Além da localização automática de viaturas e computação embarcada, existe um conjunto de aplicações (softwares) que visam tornar mais ágil o trabalho das forças policiais, proporcionando capacidade de exploração imediata dos dados e informações. O resultado esperado é o melhor atendimento da população e maior eficiência das polícias. A atual concepção do sistema de radiocomunicação possibilita o crescimento de acordo com as necessidades. O padrão APCO-25, por ser utilizado em larga escala, permite aquisição de equipamentos e serviços de vários fabricantes. Essa característica aumenta a competitividade nos momentos de expansão da capacidade do sistema.
Otávio Nunes - Da A
08/03/2006
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