Conselho de Ética poderá ouvir Marcos Santi como testemunha em processo contra Renan
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) vai apresentar um requerimento na próxima reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, marcada para terça-feira (16), para que o colegiado tome o depoimento do ex-secretário-geral-adjunto da Mesa, Marcos Santi. Consultor concursado do Senado, Santi pediu demissão do cargo no dia 28 de agosto por discordar, como justificou, da pressão que os órgãos técnicos da Casa estariam sofrendo para se posicionarem em defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros,investigado em processos por quebra de decoro parlamentar.
Segundo Casagrande, a idéia é de que o consultor seja ouvido como testemunha da quinta representação protocolada contra Renan por quebra de decoro parlamentar, já que esta última investiga abuso de prerrogativas do presidente do Senado. A representação, protocolada nesta terça-feira (9) pelo DEMe o PSDB, visa a apurar denúncias de que Renan estaria envolvido em um esquema de espionagem para vigiar e chantagear os senadores da oposição Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Antes de ser encaminhada ao Conselho de Ética, a denúncia precisa ainda que ser analisada pela Mesa do Senado.
- O testemunho de Marcos Santi nessa representação é perfeitamente compatível na definição do delito de "abuso de prerrogativa" definido no nosso Regimento Interno e que é o objeto da quinta representação - explicou Casagrande nesta quinta-feira (11), em entrevista à imprensa.
O senador pelo Espírito Santo disse ainda que Marcos Santi já se dispôs a comparecer ao Conselho de Ética como convidado, visto que o colegiado não tem poderes de polícia para obrigá-lo a depor.
- Ele (Marcos) falou que quer falar e vai falar. Se houve mesmo abuso de prerrogativas na condução dos trabalhos de técnicos do Senado, ele (Renan) tem que ser punido por isso - destacou Casagrande.
Ao ser informado pela imprensa da intenção de Casagrande de ouvir o ex-secretário-geral-adjunto da Mesa, o presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que vai analisar o requerimento.
- Ainda não recebi o requerimento, mas, se for aprovado no Conselho, poderemos, sim, ouvir o funcionário - respondeu Quintanilha.
Quando deixou o cargo na Mesa, Marcos Santi foi ouvido pelo corregedor da Casa, senador Romeu Tuma (DEM-SP).
11/10/2007
Agência Senado
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