Conselho de Ética põe Jader à beira da cassação
Conselho de Ética põe Jader à beira da cassação
Relatório que propõe abertura de processo é aprovado e senador deve renunciar
BRASÍLIA - O Conselho de Ética do Senado aprovou ontem a abertura de processo de cassação contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), por quebra de decoro parlamentar. O relatório que pede o processo teve 11 votos a favor e 4 contra, como era esperado. Agora, a recomendação de abertura de processo seguirá para a Mesa do Senado. Com isso, Jader deve renunciar nos próximos dias ao mandato. Ele já anunciara que não correria o risco de ser condenado pelo plenário, o que o tornaria inelegível pelo prazo de oito anos.
Se a renúncia pára o processo político, dando a Jader a possibilidade de disputar a eleição do ano que vem, também lhe tira a imunidade parlamentar, o que permite que seja investigado pela polícia e até mesmo processado.
O senador é mencionado em três inquéritos que estão em andamento hoje: o que apura desvios de recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará) na época em que ele era governador, entre 1983 e 1987, o que examina fraudes na concessão de financiamentos da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), e o que o acusa de irregularidades na venda de Títulos da Dívida Agrária (TDA).
Ontem, ainda que informalmente, Jader teve direito a defesa no conselho.
Falou por uma hora e meia e provocou momentos de desconforto entre os senadores ao apontar, em tom de ameaça, para a "palidez" de Romeu Tuma (PFL-SP), um dos autores do relatório. Mas Jader retirou-se durante a votação do texto, como prometera à direção do PMDB.
Os integrantes do conselho demoraram quase três horas analisando o relatório da comissão de inquérito, que aponta duas razões para a cassação de Jader por quebra de decoro: ter mentido ao negar que se tenha beneficiado do desvio de recursos do Banpará e ter obstruído pedido de informações do bloco da oposição ao Banco Central sobre o caso. Tuma e o outro autor do parecer, Jefferson Péres (PDT-AM), afirmam que "não há margem de dúvidas da participação e vinculação do senador Jader Barbalho na operação de recursos do Banpará".
A comissão de inquérito constatou que o rendimento das aplicações financeiras executadas com nove cheques administrativos do Banpará, em 1984, foram depositados na conta bancária que Jader movimentava na agência do Banco Itaú, do Jardim Botânico, no Rio. Os dados constam de relatório do Banco Central preparado pelo auditor Abrahão Patruni Júnior. De acordo com o documento, o valor desviado equivale hoje a R$ 3,3 milhões.
Pausa - A sessão do conselho foi interrompida após Jader defender-se, para os senadores acompanharem as votações no plenário. Ele não voltou para ouvir o protesto dos colegas contra os termos de sua defesa. O que mais os irritou foi o fato de ter utilizado trechos de frases isoladas dos senadores que pareciam confirmar sua tese de que estava sendo injustiçado.
"Que Jader não faça com minhas palavras o que fez com o Banpará. Ele roubou minhas palavras para fazer uma operação fraudulenta", reclamou Heloísa Helena (PT-AL). Ela o comparou "aos que se comportam como um leão na ausência, mas se tornam gatinhos acovardados na presença".
O presidente do conselho, Juvêncio da Fonseca (PFL-MS), fez o possível para desfazer a imagem deixada na sessão anterior, de que se teria aliado a Jader para tentar protelar a abertura do processo. Ele deixou claro, após a sessão, que não tem dúvidas quanto à renúncia de Jader, ao dizer que os trabalhos do conselho, neste caso, dificilmente terão prosseguimento.
Senador bate boca e ataca Tuma com golpes baixos
BRASÍLIA - Antes de iniciar a defesa de seu relatório, o senador Romeu Tuma evitou comentar, na reunião do Conselho de Ética, a discussão que teve de manhã com o senador Jader Barbalho. O bate-boca começou quando Jader disse, três vezes, em tom irônico, que Tuma é "uma figura imparcial" e teria deturpado o depoimento do ex-gerente do Itaú sobre as aplicações feitas com recursos desviados do Banpará.
Jader ressaltou que, ao contrário do que afirma o relatório da comissão de inquérito, o Itaú não teria encontrado dinheiro desviado em sua conta. "No relatório, está lá que Jader Barbalho está na boca do caixa prontinho para aplicar os recursos. Não é isso que está escrito na correspondência do gerente", disse. "Quem mente, portanto, não sou eu."
Tuma reagiu, repetindo que também não mentiu. "V.Exa pode ser outras coisas, mas mentiroso V.Exa não é", devolveu Jader, enquanto o presidente do conselho, Juvêncio da Fonseca, tentava controlar, em vão, o clima que começava a tumultuar.
"Distorceram o depoimento do gerente para montar esta farsa que, aliás, não deve ser nova", continuou Jader. "Eu imagino o quanto se montava nas dependências do Dops", disse, referindo-se à carreira policial de Tuma.
"Farsa para incriminar preso político. Se em plena democracia se faz isso com um senador, eu imagino o que deve ter sido feito na Operação Oban."
Diante da reação de Tuma, que se queixa de retaliações, Jader disse que não estava citando o nome do pefelista. O ex-presidente do Senado afirmou, então, que retiraria suas palavras e acrescentou: "É de consciência. Quem vai julgar V.Exa e eu, não sei se brevemente, será Deus ou o diabo". Ao que Tuma respondeu: "Deus é quem vai me julgar".
"Não sei se Deus ou o diabo, quando V.Exa for prestar contas lá. Prestar contas do presente e do passado. A palidez de V.Exa. está indicando que é em breve isso", disse Jader. Tuma não resistiu à frieza de Jader. Sob forte tensão, foi atendido, na sala ao lado, por uma equipe médica.
PMDB deu apoio total, agora quer renúncia
Peemedebistas até leram nota contra parecer, mas acham que chegou a hora de tirar partido do desgaste
BRASÍLIA - O PMDB deu ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA) a solidariedade que ele reclamava e nem seu desafeto, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, obteve do PFL. Sob o comando do líder Renan Calheiros (PMDB-AL), os peemedebistas do Conselho de Ética compareceram em peso à sessão de votação do relatório que pedia a abertura de processo contra Jader, com manifestações públicas favoráveis ao correligionário, transmitidas ao vivo pela tevê Senado.
Não bastassem os protestos pela "blasfêmia" cometida contra Jader, como registrou o senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), a bancada do PMDB no conselho apresentou uma nota oficial contra o parecer dos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Peres (PDT-AM), lida por Renan. "O relatório final carece de um conjunto robusto de provas que ampare suas conclusões e é insuficiente e frágil para legitimar um processo de cassação", disse o líder, ao ler a declaração de voto da bancada.
Antes da nota, o senador Nabor Júnior (AC) já havia anunciado a posição do PMDB, rejeitando o parecer de Tuma e Peres. "O voto em separado é porque divirjo do relatório", disse Nabor, em defesa da "prudência de um julgamento mais sereno". Ele insistiu que faltou aprofundar a investigação e sugeriu que o conselho aguardasse a conclusão da perícia sobre as contas do Banpará, para só então se manifestar sobre o caso.
O fechamento da bancada do PMDB em favor do ex-presidente do Senado foi decidido em reunião realizada na véspera. A cúpula do PMDB mais ligada a Jader também levou ao senador a preocupação geral da legenda. Em churrasco na quarta-feira, oferecido pelo senador Amir Lando (RO), cardeais do partido deixaram claro que, se a guerra está perdida, não há por que arrastá-la.
"Ninguém mais suporta essa lama quente nas costas", disse um dos presentes, ao cobrar a contrapartida de Jader. "Se o partido lhe apresentou total solidariedade no conselho, está na hora de ele ser solidário, apressando a renúncia."
FHC afirma que ataques a Tebet são 'lamentáveis'
BRASÍLIA - O presidente Fernando Henrique Cardoso considerou ontem "lamentáveis" os ataques sofridos pelo presidente do Senado, Ramez Tebet, na primeira sessão do Congresso que presidiu. "Esses são fatos lamentáveis e não deveriam acontecer dentro de um cenário de um Congresso", comentou, no Palácio do Jaburu. Ele apareceu de surpresa para o café da manhã que o vice-presidente Marco Maciel costuma oferecer todos os meses a parlamentares da bancada católica.
Os políticos presentes ao encontro disseram estar chocados com as ofensas de seus colegas contra Tebet. De acordo com o deputado José Linhares (PPB-CE), os parlamentares também se mostraram muito preocupados com a repercussão negativa desse comportamento para o Congresso.
No café, Fernando Henrique conversou por alguns minutos a sós com o senador Pedro Simon (PMDB-RS) sobre a possibilidade de renúncia do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). "Eu disse ao presidente: a partir de hoje (ontem) estamos caminhando para uma solução. Jader decidirá se renuncia ou não", disse Simon depois. Ele não quis revelar, porém, os comentários de Fernando Henrique.
Os parlamentares também queriam saber qual seria a conduta do Brasil diante dos atentados aos Estados Unidos. "O presidente disse que o Brasil está bastante distante da ação física desta guerra e não tem motivos para enviar tropas", contou Linhares. Segundo o deputado Osmar Serralho (PMDB-PR), ele disse que o presidente George W. Bush estava "muito cordato e menos beligerante" no telefonema que os dois trocaram. "O presidente lembrou que o Brasil é um exemplo de convivência pacífica entre povos diferentes e afirmou que isso acontece também no Canadá."
Antes do café da manhã, o bispo auxiliar de Belo Horizonte, Décio Zandonadi, celebrou uma missa, com a presença de vários padres. Entre eles, estava o padre José Damasceno, que é prefeito de Buritis (MG), cidade onde fica a fazenda de parentes do presidente.
Brincadeira - Ao chegar, no fim da issa. Fernando Henrique encontrou Damasceno e apresentou-o a Simon como seu vigário. O senador não conteve o comentário: "Se o senhor salvar a alma do presidente, vai para o céu", brincou. "Ele (Fernando Henrique) já está mais próximo do céu do que eu", retrucou o padre prefeito. O presidente lembrou que estudou em colégios de padres dominicanos e posou para fotos com parlamentares e integrantes de um coro de franciscanos.
A deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) aproveitou o encontro para falar sobre as divergências jurídicas em torno dos investimentos previstos na proposta de emenda constitucional da Saúde e pedir mais verbas para a área. Fernando Henrique comentou que a questão estão sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas lembrou que os parlamentares estão discutindo o Orçamento da União para 2002 e podem remanejar verbas. "Não sou contra mais verbas para a Saúde, mas é preciso saber a fonte desses recursos", disse.
Alckmin rejeita idéia de ficar fora da eleição
Segundo governador, 'não há motivo' para sua candidatura em 2002 ser barrada pelo TSE
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que vai respeitar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o seu direito ou não de concorrer ao governo do Estado em 2002. Alckmin frisou, porém, que não vê motivos para ser impedido de candidatar-se. “Eu, particularmente, não vejo razão para a impossibilidade, porque nunca fui eleito governador.” O mesmo argumento será usado pelo PSDB na defesa da sua candidatura à reeleição.
A questão surgiu, e foi motivo de consultas, porque Alckmin substituiu Mário Covas enquanto este estava em campanha em 1998, no início deste ano e depois em definitivo, com a morte dele, em março. “No PSDB há a tranqüilidade de que Alckmin será o candidato, até porque ele nunca foi candidato e apenas fez parte da chama de Mário Covas”, afirmou o presidente da Assembléia Legislativa, Walter Feldman (PSDB).
O governador reafirmou que está tranqüilo, que esse é o momento de governar o Estado. Apesar disso, declarou ser um “conforto” receber apoio irrestrito dos tucanos a sua candidatura à reeleição. Sobre o surgimento do nome do ministro José Serra para o governo do Estado, ocasionado pela eventual inelegibilidade, Alckmin desconversou: “Tudo isso é precipitado. As eleições são em 2002.”
Contra-senso - Tanto Alckmin como Feldman citam a questão do direito da reeleição como exemplo de democracia. “Seria um contra-senso jurídico retirar a oportunidade de disputar o governo”, afirmou Feldman.
O tema da inelegibilidade de Alckmin voltou a ser assunto entre os ministros do TSE ontem. Nas próximas semanas o órgão deverá dar um parecer à consulta do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) sobre o assunto. Mas isso não significa que a decisão seja definitiva.
Segundo explica o jurista Hélio da Silveira, o TSE, se questionado mais tarde, poderá ter uma posição diferente. “A questão da inelegibilidade só será julgada no momento em que se registrar a candidatura (de Alckmin)”, disse. No caso de o TSE vetar a candidatura, o partido tem a possibilidade de recorrer e o processo poderá se prolongar até depois das eleições, com a decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF).
PSDB pode não indicar sucessor de FHC, diz Pimenta
RIO - O ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, disse ontem que os tucanos podem abrir mão de indicar a cabeça de chapa à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2002, em nome da manutenção da atual aliança governista, liderada pelo PSDB, PMDB e PFL. Pimenta afirmou que seria "extremamente arrogante" que qualquer partido da base exigisse para si, neste momento, a escolha do nome do candidato para a disputa do ano que vem.
"Aquele que estiver melhor e, de fato, represente a continuidade dos projetos do governo, defenda a política econômica, pode ser o escolhido. O importante é que o candidato saia de um consenso, mantendo a nossa aliança", afirmou. Pimenta disse, porém, que o nome definitivo só aparecerá no "fim do primeiro trimestre do ano que vem." O ministro elogiou o desempenho da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), nas pesquisas de intenção de voto.
Pimenta defendeu as declarações do presidente Fernando Henrique, que na terça-feira reclamou da timidez dos pré-candidatos governistas, como o ministro da Saúde, José Serra, e o governador do Ceará, Tasso Jereissati, para expor seus programas. "Na realidade, o presidente quis chamar a atenção para a necessidade de os ministros e nossos aliados defenderem as políticas do governo, que têm feito muitas realizações, mas que não estão sendo bem divulgadas", disse.
Lula diz que já ganhou e se compara a Schumacher
BELO HORIZONTE - O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não está preocupado com os resultados das últimas pesquisas de opinião para a Presidência em 2002, que apontaram o aumento da intenção de voto para a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL). No encontro de ontem com a executiva estadual do PT em Belo Horizonte, Lula se comparou ao tricampeão mundial de Fórmula 1, o alemão Michael Schumacher, da Ferrari, ao analisar a sua situação diante da corrida pela conquista do Palácio do Planalto. "Eu não analiso pesquisas e confesso que não preciso fazer isso. A nossa posição está mais ou menos como a do Schumacher na Fórmula 1: já se sabe quem é o vencedor e não se fala mais no nome dele, e sim no daqueles que ainda perseguem o segundo lugar no campeonato", afirmou.
De acordo com Lula, a confortável posição do PT no cenário político nacional acabou fazendo com que as atenções fossem revertidas para outros possíveis candidatos que continuam na briga, apenas pelo segundo lugar.
Para ele, as pesquisas a favor de Roseana não passam de uma estratégia do PFL, para que ela ganhe mais espaço no cenário nacional, e o partido mais força para poder barganhar alianças. "O PFL está tentando 'cacifar' a governadora do Maranhão para que ela apareça mais. Mas isso tem a intenção criar uma possibilidade maior de aliança entre o PFL e o PSDB", explicou.
PT reelege Dirceu com 55,55%
O deputado José Dirceu (SP) foi reeleito presidente nacional do PT pela quarta vez, com 113.713 votos (55,55%), e os moderados capitaneados por ele e Luiz Inácio Lula da Silva consolidaram a maioria na direção do partido. Na prática, o chamado PT ligth manteve-se do mesmo tamanho em relação a 1999, quando foi realizado o 2.º Congresso do PT.
A apuração dos votos terminou ontem, doze dias depois da eleição direta que renovou as direções da legenda. O ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont ficou em segundo lugar, com 35.277 votos (17,23%). Em terceiro, o também gaúcho Júlio Quadros, com 31.062 (15,17%). O deputado Tilden Santiago (MG) chegou em quarto (15.552 ou 7,60%), seguido pelo colega Ricardo Berzoini (SP), com 5.769 (2,82%). Markus Sokol ficou com 3.336 (1,63%).
Dos 861.953 filiados, 221.956 compareceram às urnas, mas o número de votos válidos foi de 204.709. Na composição do diretório nacional, os radicais, juntos, ficaram com 35, 42%, o que deve lhes garantir 28 das 81 cadeiras. A chapa de Dirceu e Lula obteve 51,62% e pretende compor-se com outras duas facções para que os moderados fiquem com 64,58%.
Maluf é intimado a dar depoimento sobre caso Jersey
O Ministério Público Estadual decidiu intimar o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) e seus familiares para depor no inquérito civil que investiga a existência de aplicações financeiras em nome do pepebista na Ilha de Jersey. Promotores de Justiça suspeitam que recursos supostamente mantidos no paraíso fiscal teriam sido desviados dos cofres públicos por meio de contratos superfaturados de obras viárias. É a primeira vez que os Maluf são convocados pessoalmente no caso Jersey.
Maluf, a mulher, Sylvia, os filhos e uma nora serão ouvidos no início de outubro. Eles seriam beneficiários de fundos que foram transferidos de Genebra para Jersey. Os advogados dos Maluf informaram que “todos atenderão à intimação”.
Os promotores têm pressa. Eles vão propor ação civil contra Maluf por improbidade administrativa. A Lei da Ação Civil prevê que o processo pode ser proposto até 5 anos após o fim do mandato do acusado. Maluf deixou a Prefeitura em 1996.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, pedirá ao ministro da Justiça, José Gregori, que acelere o pedido formal de cooperação judicial com a Suíça e o Reino Unido. Ele se reuniu em São Paulo, na quarta-feira à noite, com os procuradores Pedro Barbosa e Denise Abade, que investigam Maluf e lavagem de dinheiro.
Brindeiro defendeu a criação de força-tarefa para obter o “bloqueio e a recuperação de valores”. Para ele, o rastreamento sobre Maluf deve seguir o modelo adotado no caso do desvio de verbas do Fórum Trabalhista, envolvendo o juiz Nicolau dos Santos e o senador cassado Luiz Estevão. Maluf disse que promotores estão “confundindo investigação com bisbilhotice”.
Artigos
O dia em que o mundo mudou
JOÃO MELLÃO NETO
Oxford Street, em Londres, é a rua mais cosmopolita do mundo. Quem passeia por suas movimentadas calçadas cruza com pessoas de praticamente todas as raças e origens. Variedade maior talvez só seja encontrada no prédio das Nações Unidas.
Eu estava lá no dia 11 de setembro, quando, às 2h30 da tarde, a rua parou.
Milhares de transeuntes se acotovelaram em frente dos bares e lojas onde aparelhos de TV reportavam a tragédia que acabara de ocorrer. Árabes, hindus, orientais, africanos, latino-americanos, europeus - todos, perplexos, assistiam àquelas cenas inimagináveis enquanto tentavam, em vão, se comunicar em todos os idiomas e dialetos existentes. Era como se o mundo inteiro, de repente, tivesse parado. Duas horas depois, os ágeis vespertinos londrinos já eram vendidos com manchetes garrafais e as primeiras fotos do ocorrido. Esgotaram-se de imediato. Um inglês, ao meu lado, comentava que não via alvoroço igual desde os bombardeios de Londres, na 2.ª Grande Guerra. Seria esta a terceira? No dia seguinte, a sempre fleumática revista The Economist ia para as bancas com a veemente manchete O dia em que o mundo mudou. Seria um exagero?
Parece que não. Cataclismos ocorrem todos os dias e o número de vítimas é até maior. A verdadeira dimensão desta tragédia é outra. A civilização ocidental foi posta em xeque. A maior potência militar da História universal foi posta de joelhos. Num conflito convencional, nenhum exército jamais chegaria próximo das fronteiras norte-americanas. Em duas grandes guerras, isso nunca aconteceu. Pois não é que uma dúzia de homens obstinados logra, com êxito, explodir o coração de Nova York e Washington? Algo, definitivamente, mudou. E essa mudança, para todos os efeitos, é irreversível.
Seria muito tranqüilizador, para todos nós, nos convencermos de que tudo aquilo não passou de um fato isolado ou de que Bin Laden é apenas um psicopata megalomaníaco - desses que 007 tira de letra a cada novo filme. O problema é que a realidade tem contornos mais sinistros do que a ficção. Não contamos com um James Bond para salvar o mundo e o saudita, por sua vez, está longe de ser um fanático solitário.
Foi um grande desconforto, para todos nós, saber que Bin Laden é uma personalidade venerada em boa parte do mundo islâmico - um universo de mais de 1 bilhão de almas. Mais aflitivo ainda é imaginar quantos outros milhões existem que pensam como ele e, se tivessem meios, fariam o mesmo que ele fez.
Antiamericanismo? Não se trata apenas disso. As torres do Word Trade Center não eram apenas um ícone da América. Representavam, isso sim, todo o sistema de crenças e valores que sustenta a civilização ocidental.
O racionalismo, o humanismo, o progressismo, o modernismo, o universalismo - esses valores estão tão entranhados em nossa mente que nem sequer concebemos que eles possam não ser consensuais.
Pois não são. Para bilhões de seres humanos - e não somente no Islã -, a revelação está acima da razão; o humano não se pode sobrepor ao sagrado; o progresso nos dissocia da natureza; o moderno não é melhor que o antigo e nossas raízes não podem ser impunemente ameaçadas.
Não é necessário ser muçulmano, ou fanático, para estar de acordo com, ao menos, uma das premissas acima. E esse, justamente, é o grande problema. O mundo moderno é aflitivo e ameaçador. Não são poucos, entre nós, aqueles que se sentem desajustados e inseguros. Alguns se refugiam no álcool ou nas drogas; outros se apegam a tradições, religiões ou fundamentalismos os mais diversos, todos em busca de algo por que lutar ou algo em que acreditar.
Dom Quixote, fundamentalista dos valores da cavalaria, atacava moinhos de vento. Bin Laden, menos ingênuo, avançou sobre as torres de Nova York.
Quem nos dera ele fosse um só! Não é. Há milhões de outros, à espreita em cada esquina deste planeta. E só agora nos damos conta disso...
11 de setembro foi o dia em que o mundo mudou.
Uma momento de dádivas
STEPHEN JAY GOULD
Os padrões da História da humanidade mesclam decência e perversidade em doses iguais. Freqüentemente, supomos que tal admirável equilíbrio de resultados deva vir de sociedades compostas de pessoas decentes e perversas, em igual número. Mas precisamos trazer à luz e celebrar a falácia dessa conclusão de forma que, neste momento de crise, possamos confirmar uma verdade essencial com muita freqüência esquecida e recobrar certo conforto crucial que deixamos passar prontamente demais.
O número de pessoas boas e afáveis supera todas as outras em milhares para um. A tragédia da História da humanidade está no enorme potencial de destruição de raros atos de maldade, e não na alta ocorrência de pessoas más. Sistemas complexos só podem ser construídos passo a passo, enquanto a destruição requer apenas um instante. Assim, no que eu gostaria de chamar de "grande assimetria", cada incidente espetacular de perversidade será equilibrado por 10 mil atos de bondade, muitas vezes despercebidos e invisíveis por serem considerados esforços "comuns" de uma vasta maioria.
Temos o dever, quase a responsabilidade sagrada, de registrar e reverenciar o peso vitorioso dessas inumeráveis pequenas bondades, quando um ato de maldade sem precedentes ameaça distorcer nossa percepção do comportamento normal das pessoas. Parei no "ground zero", o alvo do ataque, abismado com as ruínas retorcidas da maior estrutura feita pelo homem já destruída num momento catastrófico. (Vou deixar de lado as alegações de alguns escritores bíblicos em favor da Torre de Babel.) E contemplei um dia de carnificina que nosso país não sofria desde batalhas que ainda evocam paixões e lágrimas, quase 150 anos depois: Antietam, Gettysburg, Cold Harbor. A cena é intoleravelmente triste, mas jamais deprimente. Em vez disso, o "ground zero" pode apenas ser descrito, no significado perdido de uma velha e majestosa palavra, como "sublime", no sentido de admiração inspirado pela solenidade.
Em termos humanos, o "ground zero" é o ponto focal de uma vasta e agitada rede de atos de bondade, canalizando incontáveis feitos bondosos vindos de todo o planeta - os atos que devem ser registrados para reafirmar o peso esmagador da decência humana. Os destroços do "ground zero" estão lá, mudos, enquanto uma colméia humana enxameia por dentro e irradia para fora, pois todos trazem uma contribuição generosa, grande ou minúscula, segundo seus meios e habilidades, mas cada uma delas de igual valor.
Minha mulher e minha enteada arrumaram um depósito na Spring Street para coletar e enviar itens que estavam faltando, incluindo máscaras e sapatos especiais para os trabalhadores no "ground zero". A notícia se espalhou como um rastilho de bondade e as pessoas acorreram trazendo doações, desde pacotes de pilhas a uma compra no valor de US$ 10 mil de capacetes de segurança, entregues no local por uma fornecedora da região.
Entre tantas, vou citar apenas uma pequena história, para adicionar à contagem que vai superar o poder de qualquer ato de terrorista. E com tais histórias, multiplicadas muitas vezes, deixar que aqueles poucas pessoas perversas finalmente entendam por que sua visão de inspirado terror não pode prevalecer sobre a decência comum.
Ao deixarmos um restaurante local para fazer uma entrega para o "ground zero", tarde da noite, a cozinheira nos deu uma sacola de compras e disse:
"Aqui está uma dúzia de maçãs assadas, nossa melhor sobremesa, ainda quentinhas. Por favor, leve-as aos trabalhadores do resgate." Que adorável, pensei, mas como é sem sentido, exceto como um ato de solidariedade, conectar a cozinheira à limpeza dos destroços. Mesmo assim, prometemos fazer a distribuição e colocamos as 12 maçãs assadas em cima de vários milhares de máscaras e sapatos especiais.
Doze maçãs assadas no meio da confusão; 12 maçãs assadas para milhares de trabalhadores. E, então, aprendi uma coisa importante que nunca deveria ter esquecido - e o feitiço virou contra o feiticeiro. Aquelas 12 maçãs assadas caíram como bolos quentes. Aqueles símbolos triviais em meu julgamento inicial se transformaram em pequenas gotas de ouro dentro de uma tempestade de doações semelhantes para o estômago e a alma, desde cartões postais de crianças a aplausos dos transeuntes. Demos a última a um bombeiro, um homem mais velho numa equipe jovem, sentado sozinho e extremamente exausto, enquanto calçava um par de nossos sapatos. E, com uma piscada e o sorriso restaurado no rosto, disse: "Obrigado. Esta é a coisa mais adorável que vi em quatro dias -- e ainda está quentinha!"
Colunistas
DORA KRAMER
A oração do Renunciante
Ao incluir a renúncia ao mandato em seu manual de sobrevivência na vida pública, antes mesmo da abertura do processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar, o senador Jader Barbalho age pela lógica da presunção da própria culpa. Não foi o primeiro nem será o último a recorrer a esse estratagema pelo qual o acusado de hoje se transforma no inocente de amanhã sem que tenha havido julgamento algum que justifique tal transposição.
O recurso à renúncia como forma de paralisar um processo de investigação funciona na prática como uma penitência capaz de expiar todos os pecados - os cometidos e os presumidos. Hoje basta que o alvo da suspeição reze a oração da renúncia antecipada para que todas as acusações se volatilizem de tal forma que, na eleição seguinte, as antigas acusações podem até servir de arma de campanha ao adversário, mas não se configuram um impedimento à disputa do voto.
Na discussão sobre a reforma política, muito se fala na expressão "cláusula de barreira", que na interpretação em vigor apenas mascara a idéia autoritária de extinguir o livre direito de organização partidária. O ambiente que estamos vivendo, no entanto, propiciaria a adaptação da cláusula de barreira a objetivos mais eficazes, democráticos e saneadores:
impedir que parlamentares fugissem de investigações que intuem comprometedoras para anular os efeitos dos indícios que levaram o colegiado a concluir pela necessidade de abertura de processos.
Note-se que não se defende aqui o prejulgamento. Mas exatamente busca-se argumentar em prol da conclusão dos julgamentos.
Na votação do Conselho de Ética ontem, que concluiu por remeter à Mesa Diretora do Senado um pedido de abertura de processo por 11 votos a 4, diversos senadores insistiram na evidência de que não se tratava de uma votação de condenação ou absolvição. Mas apenas da organização, num processo de busca de provas, das acusações que há meses freqüentam debates, discursos, noticiários e bate-bocas. O que se conseguiu produzir, além de indícios, foram monumentais manifestações de falta de educação.
Prática esta, aliás, em que anda a se especializar o Parlamento brasileiro.
O senador Jader Barbalho, que tão corretamente havia se comportado em seu discurso de renúncia à presidência do Senado na semana passada, ontem perdeu a cabeça ao tratar os que defendiam a abertura do processo com uma descortesia tão contraproducente que não faz jus à sua reconhecida inteligência e habilidade política.
Foi particularmente cruel com o senador Romeu Tuma quando, numa referência aos conhecidos problemas de saúde que há pouco enfrentou o senador, disse que a aparência dele, pálida, indicava não estar longe a data em que ajustaria as contas com a eternidade. Interpretou-se a fala como uma ameaça, mas foi pior, porque externou um desejo.
Jader perdeu ali o limite da humanidade, tal como havia feito no enfrentamento com o então senador Antonio Carlos Magalhães quando, numa referência velada à morte do filho, Luís Eduardo, insinuou tratar-se de castigo a quem se considera poderoso, mas se esquece de que o imponderável é o verdadeiro dono do poder absoluto.
Ao senador que tanta certeza tem de sua inocência, nada disso seria necessário. Nem mesmo a renúncia antes do processo que, se transcorrer injusto, o será às vistas de todos, com transmissão ao vivo. Mas Jader Barbalho acha inútil enfrentá-lo, pois julga-se vítima de vingança por ter batido de frente com Antonio Carlos Magalhães.
Considerando que ele encontra apoio formal apenas em seu partido, da conspiração teriam de fazer parte não apenas todos os integrantes das outras legendas como também a maioria da população brasileira. E Jader Barbalho há de convir que, se ACM tivesse essa gama de aliados e privasse de tal apoio popular, estaria nesse momento de posse de seu mandato de senador.
Não teria sido forçado a rezar a oração do renunciante, que Jader agora também ensaia como rendição à contingência de um rito que impõe a penitência antes que se estabeleça se a natureza do pecado é original, mortal ou venial.
Elogio à intolerância Justiça se faça, no quesito falta de modos e freios de conduta, não se pode falar do comportamento do senador Jader Barbalho junto a seus pares sem tratar da recepção dada ao novo presidente do Senado, Ramez Tebet, na sessão de terça-feira no Congresso.
A mesma oposição que com tanta condescendência tratou o vice de Fernando Collor, Itamar Franco, depois do impeachment, compreendendo que o momento era de relevar certas inabilidades em nome da continuidade institucional, revelou-se, além de intolerante, disposta a apostar no conflito pelo conflito.
Convenhamos que por mais vacilações regimentais que tenha cometido o novo presidente, qualificá-lo de "ladrão" e "fujão" por encerrar uma sessão cujo ambiente era de casa de cômodos, é coisa de gente infantilóide e que desconhece os limites da convivência.
Fez muitíssimo bem o presidente da Câmara, Aécio Neves, ao propor que sejam punidos por quebra de decoro parlamentar. Seriam os clientes ideais para testar a eficácia do novo Código de Ética que a Câmara está terminando de aprovar.
Editorial
O Oriente Médio na equação antiterror
Hoje faz um ano que o líder do partido direitista israelense Likud, Ariel Sharon, passeou pela área de Jerusalém próxima à mesquita Al Aksa, que os judeus chamam Monte do Templo e os árabes, Domo da Roca, para reafirmar a soberania de Israel sobre o lugar que os primeiros consideram o mais santo de todos, onde se erguiam os templos da Judéia bíblica, e que os segundos só veneram menos do que o seu supremo santuário, a Qaaba, em Meca.
A visita deixou um rastro de fúria. Jovens palestinos lançaram o que tivessem à mão contra as centenas de soldados da tropa de choque policial que protegia Sharon e estes responderam com violência ainda maior, matando um manifestante. O incidente detonou o que viria a ser conhecido como a segunda intifada - o novo levante palestino contra a ocupação dos territórios conquistados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Nesses 12 meses, 7 dos quais com o ex-general Sharon na cadeira de primeiro-ministro, o conflito causou a morte de cerca de 600 palestinos e 150 israelenses, reduziu virtualmente a escombros o que restava do clima de confiança penosamente construído que tornara possível os Acordos de Oslo, de 1993, e reavivou a sanha terrorista dos grupos radicais Hamas e Jihad Islâmico, debilitando o poder da Autoridade Palestina de Yasser Arafat.
A conflagração levou a grande maioria dos israelenses a querer a segurança a qualquer preço, abandonando a fórmula "terra por paz", de Oslo, na certeza de que os palestinos jamais aceitarão a existência de seu Estado, e extinguiu qualquer semblante de normalidade na vida das populações da Margem Ocidental do Jordão e da Faixa de Gaza, submetidas por Israel a bombardeios de mísseis e a bloqueios físicos e econômicos, condenados até pelos Estados Unidos.
O pior é que, mesmo depois do fracasso das conversações de paz de Camp David, nos Estados Unidos, entre Arafat e o então premier Ehud Barak, em julho do ano passado, negociadores israelenses e palestinos, ao cabo de mais de 50 sessões de trabalho, a maioria delas sigilosas, no Hotel Rei David, de Jerusalém, pareciam a poucos passos de um consenso preliminar sobre as incendiárias questões essenciais que separam os povos em confronto.
Trata-se da configuração de Jerusalém Oriental (onde os palestinos querem instalar a capital de seu Estado); do futuro das colônias israelenses nos territórios ocupados (habitadas já por 200 mil pessoas); e do destino dos milhares de refugiados palestinos, desde a criação de Israel. Esses avanços - superando o impasse de Camp David, onde, segundo os cínicos, "Arafat não aceitou a paz que Barak não lhe ofereceu" - foram pulverizados pelo ato de Sharon.
Israelenses e palestinos - ou pelo menos aqueles que, de parte a parte, sabem que não terão para si o que negarem aos outros - se viram, dessa forma, na condição de quem, tendo conseguido a proeza de galgar até o penúltimo degrau a mais íngreme das escadas, foi arremessado de volta ao rés do chão. Veio então o ataque terrorista aos Estados Unidos, sinistramente recebido, aliás, pelos extremistas dos dois lados.
Grupos de palestinos fanáticos saíram às ruas para festejar o ataque ao grande aliado e protetor de Israel, enquanto comentaristas israelenses alinhados com o governo linha-dura de Sharon disseram que o ultraje tinha sido um colossal ato de relações públicas a favor de seu país. "A destruição do World Trade Center", argumentou um deles, "vale mais do que mil embaixadores explicando ao mundo por que Israel precisa reagir ao terrorismo islâmico."
Uns e outros decerto não esperavam as fortes pressões dos EUA - com a participação direta do presidente Bush - para que Israel e a Autoridade Palestina voltassem a dialogar. O tradicional apoio a Tel-Aviv não impede Washington de entender que o fim do derramamento de sangue no Oriente Médio pode ser uma arma decisiva para privar o terror de apoio no mundo muçulmano.
Diante da disposição americana de voltar a ter um papel ativo na região, e com a relutante anuência de Sharon, o chanceler Shimon Peres e Arafat finalmente se reuniram, comprometendo-se a pôr em prática medidas conjuntas de segurança e a se esforçarem por uma trégua duradoura, enquanto Israel abrandaria os bloqueios nos territórios palestinos.
Mas, como a dar razão aos céticos, desde o encontro Peres-Arafat até o momento em que este texto é redigido, pelo menos 4 palestinos foram mortos e 22 ficaram feridos em novos choques. Mais distúrbios são esperados hoje.
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