Consumidor é chamado a reciclar mais e a rejeitar pilhas e baterias 'piratas'



Maior envolvimento do consumidor na reciclagem e no combate à 'pirataria' de pilhas e baterias. Essa convocação foi feita pelos participantes de audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta quinta-feira (25), destinada a debater projeto de lei do Senado (PLS 714/07) que trata do recolhimento e da destinação final de pilhas e baterias usadas.

O apelo pela conscientização do consumidor foi lançado pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, ao alertar para os riscos à saúde e ao meio ambiente associados ao uso de pilhas e baterias "piratas".

Fabricados em países asiáticos, tais produtos apresentam um nível de mercúrio muito superior ao similar brasileiro e não seguem as especificações técnicas estabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), segundo denunciou Barbato.

- As pilhas piratas representam cerca de 40% do mercado brasileiro, costumam adotar o mesmo nome ou apresentação semelhante a produtos já reconhecidos pelo mercado, não pagam impostos e duram dez vezes menos - informou.

Se a desatenção na compra e no descarte de pilhas e baterias de uso doméstico preocupa, a situação se agrava em relação às baterias automotivas, com maior potencial nocivo à segurança ambiental.

Tanto o diretor da Associação Brasileira de Baterias Automotivas e Industriais (Abbai), Carlos Zaim, quanto o assessor do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindpeças), Delile Guerra de Macedo Júnior, pregam um maior compromisso do consumidor com a devolução da bateria inservível ao local de coleta de reciclagem - normalmente o ponto de venda - e uma maior fiscalização sobre o produto importado.

Números

O setor de elétricos e eletrônicos iniciou o programa de recebimento e reciclagem de pilhas e baterias usadas em 2010. De lá para cá, já conseguiu instalar quase dois mil pontos de coleta pelo país e fechou o ano com o recolhimento de 8,3 milhões de pilhas e reciclagem de quase 800 mil unidades.

A participação do comércio nesse esforço, entretanto, ainda não é tão expressiva. De acordo com o vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, apenas duas mil das 88 mil lojas do ramo existentes no país têm coletores para pilhas e baterias usadas. Mas avançar na reciclagem desses produtos depende, na sua avaliação, de uma maior conscientização do consumidor.



25/08/2011

Agência Senado


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