Corregedoria não tinha atribuição para ouvir quem quer que seja, diz Demóstenes
Em entrevista à imprensa após o encerramento da reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) apontou várias falhas no relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA). Um dos problemas referidos por Demóstenes se refere ao fato de o Conselho de Ética não ter realizado nenhuma investigação e apenas utilizado provas reunidas pela Corregedoria.
- A Corregedoria não tinha atribuição para ouvir quem quer que seja. Não entendo porque que alguns senadores ouviram e o Conselho de Ética não pode ouvir - disse o senador por Goiás.
Demóstenes informou ainda que deverá apresentar voto em separado pedindo a suspensão do relatório para que possam ser tomados depoimentos e realizadas perícias nos documentos apresentados. Segundo ele, está poderá ser a primeira vez na história do Senado que não se vai investigar uma denúncia feita contra um de seus membros.
Já na opinião de Eduardo Ferrão, advogado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não há necessidade de se juntar novas provas testemunhais ao processo contra Renan, uma vez que não houve requerimento na representação do PSOL nesse sentido.
- Não se esclareceu qual foi a parte que ficou controvertida [no processo] que seria solucionada com prova testemunhal. Quer se provar com prova testemunhal o quê? - questionou Eduardo Ferrão.
O presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC) também se manifestou contrariamente a tomada de depoimentos pelo Conselho de Ética. Segundo ele, já foi declarado pelo advogado de Mônica Veloso o desconhecimento da origem dos recursos utilizados por Renan para efetuar pagamentos àjornalista, não havendo, por isso, razão para mais oitivas.
13/06/2007
Agência Senado
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