COUTINHO REIVINDICA POLÍTICA DEFINITIVA PARA A AMAZÔNIA



"A Amazônia é uma área-problema, mas tem jeito", afirmou hoje (dia 6) o senador Coutinho Jorge (PSDB-PA), reivindicando do governo uma política definitiva de desenvolvimento sustentado que equacione a proteção do meio ambiente com a exploração racional dos recursos minerais e florestais da região. Para o senador, com isso deve-se garantir para sempre a soberania brasileira e o bem-estar de sua população.

Para o senador, é irrealista pensar que as pretensões internacionais sobre a Amazônia foram arquivadas. "As Nações Unidas divulgaram uma pesquisa recente mostrando que a palavra Amazônia é a terceira mais citada no mundo. Patrick Hughes, um general norte-americano, declarou - sendo posteriormente desmentido - que poderia haver uma intervenção na região, caso o governo brasileiro não conseguisse equacionar os problemas do tráfico de drogas e da proteção do meio ambiente", afirmou.

Nesse esforço de criar um desenvolvimento continuado da Amazônia, o senador paraense enfatizou a importância da Embrapa. "Em seus 25 anos de existência, o órgão já traçou diretrizes para exploração de reservas extrativistas, implantação de florestas nacionais, produção agrícola e de pecuária que podem ser adotadas na região, sem riscos para o meio ambiente. O que tem faltado até hoje é uma política global continuada, de médio e longo prazo, exatamente o que o Brasil não gosta nem sabe fazer".

A Rio-92 traçou diretrizes fundamentais para que o mundo pudesse minorar suas ameaças ao meio ambiente. "As nações ricas, em especial os Estados Unidos, não têm seguido essas determinações e estamos vendo um quadro assustador de emissão de gases tóxicos causando o efeito-estufa. Com três graus centígrados a mais no planeta, a Antártica começa a se derreter e os oceanos podem subir um metro. Mesmo assim, esses países se acham no direito de cobrar as queimadas na Amazônia", indignou-se Coutinho.

Sem querer minimizar o problema do desmatamento na Amazônia, especialmente depois do incêndio de Roraima, Coutinho citou estatísticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrando que, até os dias de hoje, apenas 12% da cobertura florestal original foram destruídos.

Segundo o senador paraense, a maior preocupação internacional não é com o meio ambiente na Amazônia, mas com o fato da região representar a grande reserva de madeiras tropicais, depois que a Ásia já dizimou 88% de suas florestas. "Quero alertar para o fato de empresas madeireiras asiáticas, além de explorarem clandestinamente a região, estarem tentando comprar terras amazônicas para promoverem mais exploração predatória", concluiu Coutinho Jorge.



06/05/1998

Agência Senado


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