Covatti pede explicações sobre a vinda da FARC ao Piratini
O líder da bancada do PPB, deputado Vilson Covatti, disse hoje, durante o grande expediente da Assembléia Legislativa, que o Governo do Estado ainda deve explicações à sociedade gaúcha por ter recebido diversas vezes representantes das Forças Armadas da Colômbia (Farc) no Palácio Piratini. Segundo o deputado, a prisão do narcotraficante Fernandinho Beira-Mar e sua relação com o movimento revolucionário agrava a atitude do Executivo.
"Se a intenção do governo era demonstrar seu espírito democrático, como afirmam os deputados petistas, por que os integrantes da FARC foram recebidos a portas fechadas, sem a participação da imprensa?", questionou.
O parlamentar, também, enviou hoje um ofício aos senadores Fernando Matusalém (PPB-RO) e Leomar Quintanilha (PPB-TO) para que votem pela cassação dos envolvidos no caso da violação do painel eletrônico. Conforme Covatti, a sociedade brasileira exige, mais do que nunca, uma atitude firme em defesa da ética e da transparência no Senado. "Não podemos permitir que a instituição e a democracia sejam prejudicadas", afirmou.
Sobre a proposta do PT gaúcho de quebra de sigilo nas votações do parlamento gaúcho, Covatti qualificou-a de "oportunismo político", já que foi apresentada no auge das denúncias em Brasília. "Esta é mais uma prática petista na tentativa de desmoralizar a Assembléia", condena.
O deputado argumentou, ainda, que o voto secreto é um princípio do direito internacional. "Quando tratar de pessoas, o voto deve ser sigiloso. Negar isso é negar o sufrágio da urna eleitoral e do Tribunal do Júri", justifica. Ele alerta que, caso seja adotado, o voto aberto permitirá que os deputados sofram pressões por parte de interessados na apreciação da matéria em pauta, antes e depois das votações, tumultuando o processo.
Em aparte, pronunciaram-se os deputados Frederico Antunes e Francisco Appio (PPB) e Luiz Fernando Schmidt (PT).
04/24/2001
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