CPI da Terra pode encerrar seus trabalhos com apresentação de relatório final, na quarta-feira (15)



Na próxima quarta-feira (15) o deputado João Alfredo (PT-CE) apresentará o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra, cujas atividades poderão ser encerradas neste mesmo dia, quando se conclui o prazo de funcionamento da comissão. Já o presidente da CPI, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), advertiu para a existência de requerimentos solicitando a prorrogação dos trabalhos da comissão. Caso esses requerimentos venham a ser aprovados, o que só terá validade se isso ocorrer até a próxima quarta-feira (15) nos plenários da Câmara e do Senado, as atividades da CPI serão estendidas até 15 de dezembro de 2005. Nesse caso, Alvaro Dias disse que dará continuidade às audiências públicas, já que, dos 72 nomes aprovados pelos membros da CPI, apenas 10 foram ouvidos até agora.

O relatório final já está pronto, segundo o deputado João Alfredo. Na sua opinião, a prorrogação das atividades da comissão pouco acrescentará aos dados de que ele já dispõe, depois de ouvidas as principais autoridades da área bem como as das regiões onde os conflitos pela terra são mais graves. 

- Não podemos esquecer que são demandas e conflitos que se acumularam ao longo dos  500 anos de História deste país. 

O vice-presidente da CPI, deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), criticou "o açodamento" com que a bancada do governo tem agido para encerrar as atividades da CPI. O deputado Carlos Heize (PP-RS) ressaltou que soa estranho "essa pressa para finalizar os trabalhos da comissão, depois que foi solicitada a quebra do sigilo bancário da Associação Nacional das Cooperativas Agrárias (Anca) e da Confederação das Cooperativas da Reforma Agrária (Concrab) que são entidades  controladas por movimentos sociais, inclusive o MST".

O senador Alvaro Dias informou que entre os requerimentos que deverão ser votados, caso os trabalhos da CPI sejam prorrogados, há um que solicita a presença do fazendeiro Adriano Chafik. O proprietário assumiu a responsabilidade pelo assassinato de cinco integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) que estavam acampados na Fazenda Nova Alegria, de sua propriedade, no Vale do Jequitinhonha (MG), em novembro passado.



08/12/2004

Agência Senado


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