CPI: depoentes criticam Governo por falta de investimentos em segurança



As cinco testemunhas de hoje (13/09) da CPI da Segurança Pública disseram que os baixos salários, a falta de investimentos em materiais e em cursos de treinamento para os policiais gaúchos são as principais causas do aumento da criminalidade e da desestruturação das políticas de segurança no Estado. Os depoentes também criticaram o distanciamento e a indiferença do atual Governo com as entidades de servidores da categoria. Reajuste insuficiente O presidente da Federação das Entidades de Segurança Pública (Fecasp), Aldoir Prates, revelou que o reajuste de 222% anunciado pelo Governo à categoria é ilusório, representando ganho real de apenas 20% em 2003, devido à inflação acumulada. No entendimento de Prates, os policiais enfrentam problemas emocionais devido à escassa remuneração, o que pode influenciar em suas ações de rotina. O presidente denunciou ainda a redução do efetivo policial e a deficiência do setor de perícia, onde centenas de inquéritos aguardam laudos, e reclamou que as bases da área de segurança não foram consultadas no processo de integração das polícias, classificando a atitude como imposta. O presidente da Associação dos Comissários de Polícia, Francisco de Paula, lamentou que o Estado tenha investido apenas R$ 5 milhões em segurança no ano passado, contra R$ 100 milhões em 1998. A perda salarial dos servidores chegou a 75,48% entre 1995 e 2000, e o último aumento da categoria foi de 46% em outubro de 95. O presidente da Associação dos Sub-Tenentes e Sargentos da Brigada Militar, Aparício Santelano, criticou a presença do soldado da Brigada Militar Milton Percorski na equipe de assessores do secretário José Paulo Bisol, o que comprovaria a quebra de hierarquia na corporação. "Ele está tomando decisões de responsabilidade exclusiva do comandante da Brigada", declarou. Corregedorias unificadas Para Cairo Camargo, presidente da Associação dos Oficiais da BM, a segurança pública sempre foi tratada de forma subalterna. Ele também criticou a unificação das corregedorias da BM e da Polícia Civil, afirmando ser uma manobra da SJS para extinguir os dois órgãos e criar um único sob seu controle administrativo. Efetivo defasado O presidente da Associação dos delegados de Polícia, delegado Leão de Medeiros, disse que o atual efetivo da polícia civil é de 6,2 mil servidores, o mesmo de 1986. Ele lamentou, ainda, que a academia de polícia ainda prepara-se para formar a primeira turma de concursados, mesmo após três anos de Governo. "Isso demostra a total falta de vontade política da administração", argumentou. Indignação Conforme o presidente da CPI deputado Valdir Andres, as denúncias de hoje provam a indignação dos servidores policiais com a ausência de políticas eficientes de segurança para o Estado. "Estes profissionais são unânimes em criticar a falta de planos de combate à criminalidade deste governo. Isso significa que efetivamente há uma crise na segurança pública e que a CPI sempre esteve no caminho certo.", concluiu.

09/13/2001


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