CPI do Leite: Petistas consideram graves denúncias do presidente da Fetag



Petistas consideram graves denúncias do presidente
da Fetag e pedem ampliação das investigações



O vice-presidente da CPI do Leite, Elvino Bohn Gass (PT), considera muito graves as denúncias apresentadas pelo presidente da Fetag, Heitor Schuch, na primeira sessão de depoimentos ontem, dia 24 de outubro. O diretor da entidade denunciou a existência de contratos com empresas que subordinam os agricultores a sua política de preços e a inadequação da Portaria 56 do Ministério da Agricultura que obriga os produtores a adquirirem equipamentos de resfriamento de uma única empresa. “São fatos extremamente graves, que devem ser cuidadosamente investigados por esta CPI”, defende Bohn Gass.

O deputado avalia que o depoimento revelou também os efeitos prejudiciais da concentração da indústria processadora, dos supermercados e dos fabricantes de embalagens. “Este aspectos da produção e da comercialização deverão ser objeto de averiguação na comissão de inquérito para que possamos traçar um panorama completo da exclusão dos produtores do mercado, não ignorando nenhuma das pontas do processo”, frisa.

O deputado Dionilso Marcon (PT) solicitou a convocação de representantes da Fetraf-Sul (Federação da Agricultura da Região Sul), que representa cerca de 50 sindicatos de agricultores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e do MPA. Para o parlamentar, o depoimento destas duas entidades é fundamental para que a CPI tome conhecimento da real situação de exclusão dos pequenos produtores do mercado. O parlamentar defende que, antes de convocar a indústria processadora e o comércio, a CPI ouça todas as entidades ligadas aos produtores de leite. “Defendemos que primeiro a comissão investigue o processo de exclusão dos pequenos produtores do mercado. Depois se debruce sobre as infrações contra a ordem econômica, a cartelização e o abuso do poder econômico por parte das empresas”, salienta.

Sobre o depoimento do presidente da Farsul, Carlos Sperotto, Marcon afirma que, apesar de defender a Portaria 56 do Ministério da Agricultura, um dos instrumentos de exclusão, o diretor da entidade admite prejuízos para a pequena produção. “O presidente da Farsul defende a portaria do Ministério da Agricultura com unhas e dentes, mas reconhece os prejuízos por ela causados, especialmente para quem produz em pequena escala. Nós defendemos um programa de qualidade para a produção leiteira, mas não podemos admitir que o governo federal se utilize desta necessidade para acentuar a exclusão e ampliar o mercado para os grandes produtores”, conclui.



10/25/2001


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