CPI dos Bingos rejeita convocação de Daniel Dantas e Marcos Valério
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos rejeitou nesta terça-feira (23) a convocação do presidente do banco Opportunity, Daniel Dantas, e a realização de um novo depoimento do empresário Marcos Valério de Souza. Dos sete requerimentos submetidos à votação dos parlamentares, apenas dois foram aprovados pelo colegiado: o que convoca a ex-mulher de Rogério Buratti, Elza Buratti, e o que requer a transferência dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), Fábio Rodrigues Rolim.
As duas proposições aprovadas são de autoria do relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), também autor do requerimento que pedia a convocação de Marcos Valério. O relator argumenta, como justificativa para a convocação de Elza Buratti, que ela é ex-mulher de Rogério Buratti, que teria facilitado a renovação do contrato entre a Gtech e a Caixa Econômica Federal para a administração de loterias. Com relação à convocação do presidente do IBDS, Fábio Rodrigues Rolim, argumenta que o instituto pode ter sido utilizado para o pagamento de propina a agentes públicos durante a renovação do contrato entre a multinacional e a instituição financeira.
Dantas
O requerimento para a convocação de Daniel Dantas foi apresentado pelos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM). Em entrevista recente à revista Veja, Dantas afirmou que alguns ex-integrantes do governo, como José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, manteriam contas bancárias em paraísos fiscais no exterior. Ele também disse que teria sido vítima de tentativa de extorsão pelo PT nos anos de 2002 e 2003. Os governistas defenderam a investigação das denúncias em outras instâncias do Congresso, mas não pela CPI dos Bingos, pois a matéria não estaria relacionada ao objeto da comissão.
A comissão rejeitou ainda as convocações do ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso e do secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, solicitadas, respectivamente, pelos senadores Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e Romeu Tuma. A intenção dos parlamentares era ouvi-los sobre o episódio da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que testemunhou contra Antonio Palocci e precipitou a demissão do então ministro da Fazenda.23/05/2006
Agência Senado
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