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Para Carlos Sampaio, nos 32 mil arquivos que a CPI analisou nos últimos três meses e também nos diversos depoimentos colhidos, não há qualquer referência ao senador Antero Paes de Barros que indique a participação dele no escândalo que desviou milhões de reais dos cofres públicos.

- Não podemos transformar a CPI num instrumento político-partidário ou eleitoral de quem quer que seja. Aliás, esta CPI só deu certo até agora porque todos os seus membros se nortearam pelas investigações e ninguém vai se pautar, neste momento, por isso - afirmou Sampaio, referindo-se às acusações contra o senador.

Luiz Antônio Trevisan Vedoin é um dos donos da Planam, empresa apontada como principal organizadora da chamada máfia das ambulâncias. Em entrevista à Veja, Vedoin disse que seu pai, Darci José Vedoin, acertou com Antero Paes de Barros o pagamento de R$ 40 mil como comissão pela elaboração de emendas ao Orçamento da União no valor de R$ 400 mil. O repasse do dinheiro, segundo Luiz Antônio Vedoin, teria sido feito por intermédio do deputado federal Lino Rossi (PP-MT).

Segundo Sampaio, Antero Paes de Barros sequer tem do que se defender, pois não há qualquer prova contra ele, e até mesmo o deputado Lino Rossi, de acordo ainda com o sub-relator, já teria afirmado que não fez repasse algum de dinheiro ao senador.

Para o sub-relator de Sistematização da CPI Mista, é um direito do senador processar Vedoin pelas afirmações feitas à Veja, conforme havia anunciado Antero Paes de Barros na segunda-feira (21), por meio de sua assessoria de imprensa. Sampaio disse ainda que a entrevista de Vedoin não coloca em dúvida qualquer outro depoimento do empresário à Justiça.

- Todos os depoimentos de Vedoin foram confirmados por meio de provas e se ele quiser que acreditemos nessas denúncias [contra Antero Paes de Barros], terá que produzir as provas necessárias - ressaltou o sub-relator.

Reunião

Nesta terça-feira (22), às 15h,Carlos Sampaio faz uma reunião com técnicos sobre o andamento das investigações em relação à participação do Poder Executivo na chamada máfia das ambulâncias.

A CPI Mista dos Sanguessugas foi instalada em maio deste ano com o objetivo de investigar denúncias de uso irregular de recursos do Orçamento da União da área da saúde para a compra de ambulâncias com preços superfaturados. As investigações empreendidas pela comissão revelaram que o esquema envolvia, além da área da saúde, outros ministérios e também recursos extra-orçamentários.

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