CPI ouve Pratini de Moraes nesta terça-feira sobre denúncias contra ONG canadense



A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a atuação irregular de organizações não-governamentais (ONGs) no país apura, nesta semana, denúncias contra entidades que desenvolvem atividades nos setores de agricultura, meio ambiente, cultura e saúde. Além do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, convidado a falar sobre suspeitas de manipulação no plantio de soja pela ONG canadense Focus, três pessoas foram convocadas a prestar depoimento à CPI nesta terça-feira (20), a partir das 17h.

A vinda do ministro da Agricultura ao Senado foi solicitada pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), presidente da CPI das ONGs. Mozarildo apresentou o requerimento após a TV Globo veicular reportagem denunciando a ONG Focus pela oferta de "compensação financeira" a produtores rurais que concordassem em abandonar o plantio de soja no país. O artifício usado pela entidade teria o objetivo de reduzir em 30% a produção nacional do grão.

Depois da exposição de Pratini de Moraes, a comissão deve ouvir o depoimento do analista de sistema Paulo César Monteiro de Medeiros, que teria sido colaborador da ONG Associação Amazônia por mais de um ano. Entre os desvios atribuídos à organização, destacam-se atividades executadas junto a entidades estrangeiras envolvidas com o desenvolvimento do plano de manejo da reserva de Xixuá-Xiparanã.

Em seguida, está previsto o depoimento à CPI do presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável Brasil em Renovação (Adesbrar), Domis Vieira Lopes. Sediada em Campinas (SP), essa ONG teria, segundo requerimento de Mozarildo, sido alvo de denúncia do jornal Folha de São Paulo relativa à "aplicação irregular" de R$ 450 mil repassados pelo fundo de cultura do governo federal. Também pesa contra a Adesbrar a falta de alvará de funcionamento e de cadastramento junto a órgãos governamentais.

O último depoente da reunião desta terça-feira é Alexandre Paes dos Santos, diretor da empresa de consultoria política APS. Sua convocação foi solicitada em requerimento do senador Tião Viana (PT-AC), apresentado logo após depoimento prestado à CPI das ONGs pelo presidente do laboratório Novartis, Andreas Strakos. Na ocasião, Strakos negou que o consultor tivesse intermediado a compra, pelo Ministério da Saúde, do medicamento Glivec, produzido pelo Novartis para o tratamento de câncer, apesar de a imprensa haver noticiado a vinculação de Alexandre Santos ao negócio.



19/08/2002

Agência Senado


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