CPI ouvirá o delegado José Castilho e o procurador Luiz Francisco
Um dos depoimentos mais esperados pelos integrantes da CPI do Banestado está marcado para a próxima terça-feira (29), quando os parlamentares ouvem, a partir das 10h, o delegado da Polícia Federal José Castilho Neto, que conduziu o inquérito sobre as remessas irregulares para a agência do Banestado em Nova York, feitas a partir das contas de não residentes, as chamadas CC-5, abertas em Foz do Iguaçu.
Pela primeira vez, Castilho falará oficialmente sobre as nove contas daquela agência do Banestado que receberam depósitos originários de contas CC-5 e que tiveram o sigilo bancário quebrado pela Justiça dos Estados Unidos. O delegado permaneceu 74 dias em Nova York buscando informações junto à Promotoria e ao Departamento de Justiça daquela cidade norte-americana. Ele foi afastado do inquérito que investiga as contas do Banestado e assessora atualmente o senador Magno Malta (PL-ES), que integra a CPI.
Os parlamentares da CPI decidiram que a audiência com o delegado Castilho será pública e que qualquer mudança para torná-la reservada, se houver informações sigilosas do depoente, será discutida e aprovada na própria reunião. Essa posição foi firmada após os debates, na última quarta-feira (23), sobre o requerimento do deputado Edmar Moreira (PL-MG), que solicitava a transformação da audiência com Castilho em sessão sigilosa.
Na mesma reunião de quarta-feira (23), a CPI aprovou requerimento do deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) para que sejam ouvidos os peritos criminais Eurico Monteiro Montenegro e Renato Rodrigues Barbosa, que trabalharam com Castilho no inquérito nº 207, que agrupou as investigações das contas no Banestado. A CPI também aprovou requerimento do deputado Dimas Ramalho (PPS-SP) para que o ex-gerente da agência do Banestado em Nova York, Gilson Girardi, preste esclarecimentos sobre as transações irregulares verificadas naquele banco.
Procurador
O outro depoimento marcado para a próxima semana é o do procurador Luiz Francisco de Souza, que será ouvido na quarta-feira (30), a partir das 10h. O procurador coordena o núcleo formado no Ministério Público da União para investigar o envolvimento de autoridades de órgãos governamentais no esquema de evasão de divisas por intermédio das contas CC-5.
Luiz Francisco prontificou-se a colaborar com os trabalhos da CPI, afirmando possuir informações importantes para auxiliar as apurações dos parlamentares sobre as remessas irregulares de recursos ao exterior. O procurador chegou a elaborar uma proposta de roteiro para orientar as investigações da CPI, iniciativa bastante criticada por alguns integrantes da comissão.
A CPI ainda não marcou as datas para outras audiências aprovadas pelos seus integrantes. Duas delas estão sendo apontadas por alguns membros da CPI entre as mais importantes: com o ex-inspetor de câmbio do Banco Central, Américo Parada Garcia Filho, tido como um -profundo conhecedor- das operações relacionadas com as contas CC-5, e com o corretor do mercado financeiro de São Paulo, Ricardo Sestine Júnior, que deteria -informações valiosas- sobre as contas do Banestado no exterior.
25/07/2003
Agência Senado
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