Procurador defende competência de Castilho nas investigações



O trabalho do delegado da Polícia Federal (PF) José Castilho Neto, nas investigações de remessas irregulares de recursos para contas bancárias no exterior, que vem sendo criticado por parlamentares e membros do governo, foi defendido nesta quarta-feira (30) pelo procurador da República Luiz Francisco Souza na CPI do Banestado. Para o procurador, o delegado e sua equipe deveriam continuar apurando nos Estados Unidos informações sobre a lavagem de dinheiro por meio de contas bancárias.

Luiz Francisco criticou as justificativas que levaram o governo a interromper as investigações de Castilho por duas vezes nos Estados Unidos, pois a economia para os cofres públicos que a operação pode gerar, de até US$ 20 bilhões, compensariam com sobras os gastos que o país tenha para manter a equipe da PF no exterior. O procurador lamentou ainda que o delegado e sua equipe tenha recebido pouco apoio para proceder as investigações.

As críticas de que os dados obtidos por Castilho não estariam acessíveis à PF também foram condenadas por Luiz Francisco. Os documentos, disse, estão guardados em segurança em duas salas, com portas lacradas e fechaduras trocadas, da Controladoria Geral da República, cedidas pelo ministro Waldir Pires.

As dúvidas sobre as relações de Castilho com a cúpula da PF depois de seu retorno dos Estados Unidos não procedem, na opinião de Luiz Francisco. Ele esclareceu que na véspera da volta do delegado e de sua equipe daquele país, recebeu telefonema do diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, colocando Castilho e os peritos à disposição do núcleo do Ministério Público que investiga a lavagem de dinheiro, do qual Luiz Francisco faz parte.

Depois disso, o procurador explicou que a melhor solução encontrada para a continuidade dos trabalhos foi colocar o delegado na assessoria do senador Magno Malta (PL-ES), onde estaria próximo da CPI. Requerimento que sugere que Castilho assessore diretamente a CPI está sobrestado na secretaria da comissão.



30/07/2003

Agência Senado


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