CPI recebe relatório da PF sobre dossiê



O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), recebeu na manhã desta terça-feira (24) o relatório parcial sobre as investigações da Polícia Federal (PF) a respeito da tentativa de compra, por pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores, do dossiê que supostamente contém informações envolvendo políticos do PSDB no esquema de fraudes que possibilitou a destinação irregular de emendas do Orçamento para a compra superfaturada de ambulâncias para as prefeituras. O juiz da 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, Jéferson Scheneider, enviou os documentos diretamente a Biscaia, que foi pessoalmente ao Aeroporto de Brasília apanhá-los.

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Além do relatório elaborado pelo delegado Diógenes Curado, responsável pelas investigações, segundo informou Biscaia, a documentação recebida contém também as informações referentes à quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário autorizadas judicialmente e cópia da solicitação de prorrogação do prazo de investigação por mais 30 dias.

Como as informações estão em meio magnético, o presidente da CPI informou que vai solicitar o processamento dos dados à Secretaria Especial de Informática do Senado (Prodasen), que, como explicou Biscaia, possui um programa capaz de processar as informações de forma mais célere do que a PF. Depois do processamento dos dados, disse o presidente da CPI, os documentos ainda passarão por processo burocrático de numeração para integrarem os autos da CPI, para só então serem colocados à disposição dos integrantes da comissão.

Biscaia salientou que a investigação no âmbito do Legislativo é importante e contribui para o aprimoramento da democracia. Nesse sentido, ele disse que vai tomar todas as providências para que a CPI não seja usada de forma eleitoreira nestes últimos dias que antecedem o segundo turno das eleições.

- Queremos que a documentação examinada apresente conclusões. Vou tomar cuidado para que não fabriquem fatos nesta semana final do processo eleitoral do segundo turno. A CPI não deve provocar nenhum tipo de disputa eleitoral - disse.

A deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que, antes da próxima reunião, agendada para terça-feira (31), os membros da CPI devem realizar um trabalho de investigação e de análise dos documentos em poder da comissão. Ela sugeriu que haja preparação dos parlamentares para enfrentar a fase de oitiva de depoimentos e salientou que a CPI não pode ser utilizada como "palco" eleitoral.



24/10/2006

Agência Senado


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