Relatório parcial da PF sobre o dossiê deverá ser entregue à Justiça até a manhã desta quinta



O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), sub-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, disse nesta quarta-feira (18) que a Polícia Federal já elaborou o relatório parcial sobre o caso do chamado dossiê antitucanos. Segundo Jungmann, o juiz federal responsável pelo processo da "máfia dos sanguessugas", Jéferson Schneider, espera receber o relatório até a manhã desta quinta-feira (19).

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Depois de examinarem documentos durante toda a tarde na sala da CPI, no Senado, Jungmann e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), outro sub-relator, mostraram-se esperançosos de que o relatório comprove a suspeita de crime eleitoral por parte dos integrantes do PT acusados de negociar com o empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe da "máfia das ambulâncias", um dossiê com supostas informações contra candidatos do PSDB.

- O juiz me disse por telefone que o dinheiro que seria usado para pagar o dossiê foi reunido de forma criminosa, por gente que entende dessa atividade, já que chegou ao grupo fracionadamente, de várias fontes, o que está dificultando o estabelecimento da origem desse R$ 1,7 milhão - disse Jungmann, que elogiou o empenho de Schneider em receber o relatório antes do segundo turno das eleições, marcado para o dia 29.

- Ele acredita que isso contribuirá para desanuviar o quadro político - explicou Jungmann.

Carlos Sampaio disse ter motivos para crer que o relatório deixará bem clara a tentativa de compra do dossiê por membros do PT, com dinheiro em poder do partido, o que poderia pesar favoravelmente ao pedido de cancelamento do registro da candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito pela coligação que apóia Geraldo Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O deputado do PSDB ancora o seu otimismo no fato de que em um dos autos de apreensão de documentos em poder dos envolvidos, o delegado Diógenes Curado os qualifica como membros do PT. A vantagem conseguida por Lula nas pesquisas não deve interferir no julgamento do caso pelo TSE, no entender de Sampaio.

- O julgamento do TSE deve ter ritmo próprio e não se basear no ritmo eleitoral - afirmou o deputado, que chamou atenção para um outro aspecto positivo das apurações a cargo da PF - o de que Vedoin ligou a ação da máfia das ambulâncias ao empresário Abel Pereira, mas não ao ex-ministro da Saúde José Serra, este um dos supostos alvos do dossiê, ao lado de Alckmin.

Tanto Jungmann quanto Sampaio observaram que o inquérito a cargo da PF pode continuar, por solicitação do juiz ou do Ministério Público, e que os envolvidos podem ser formalmente indiciados pelo crime eleitoral, sem que se tenha determinado a origem do dinheiro.

Com a disposição de Schneider em cooperar com a CPI, os parlamentares pretendem obter cópia do relatório o mais rápido possível. Sampaio disse estar esperandoo sinal verde do presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), para viajar a Cuiabá, sede do inquérito.



18/10/2006

Agência Senado


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