CPI VAI AVERIGUAR RELAÇÕES DO GRUPO OK COM A INCAL
A Comissão Parlamentar de Inquérito do Judiciário aprovou nesta quarta-feira requerimentos de informação destinados a averiguar as relações entre as empresas do grupo OK, pertencente ao senador Luiz Estevão (PMDB-DF), e as do grupo Monteiro de Barros, principalmente a Incal. A CPI quer esclarecer se a empresa Saenco, do grupo OK, concedeu algum tipo de financiamento, mesmo que informal, à Incal, do grupo Monteiro de Barros, responsável pelas obras superfaturadas do Fórum Trabalhista de São Paulo.- Se o requerimento feito ao empresário Fábio Monteiro de Barros não for respondido em uma semana, a maioria dos integrantes da CPI já está de acordo com a quebra de sigilo da Saenco - disse nesta quarta-feira (dia 4) o senador José Eduardo Dutra (PT-SE).O requerimento ao dono da Incal solicita a Monteiro de Barros cópia de todos os contratos relativos à compra da Fazenda Santa Terezinha (dividida em 12 áreas). Barros referiu-se a esse negócio em depoimento prestado à CPI no dia 30 de junho. Um outro requerimento solicita a Luiz Estevão cópias dos contratos relativos à compra da Fazenda Lagoão, localizada em Sandolândia (TO), operação citada pelo senador em depoimento à comissão na mesma data.Estevão e Barros fizeram vários negócios, entre eles a alienação de fazendas e terrenos urbanos, empréstimos e obras de construção civil. Segundo Dutra, a CPI está tentando verificar se as transações entre o empresário e o senador se limitam ao que Estevão declarou à comissão ou se têm a ver com a construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP).- A Saenco foi a empresa que mais recebeu cheques da Incal. Queremos saber se houve recursos transitando em sentido contrário - da Saenco para a Incal - esclareceu Dutra.A CPI aprovou mais três requerimentos. Ao Ministério Público Federal foi solicitada cópia do Inquérito Civil Público nº 04/99, por meio do qual se investigava as relações entre Estevão e Barros até ser interrompido por liminar do Supremo Tribunal Federal. A vinda das informações para a CPI vai significar a retomada das apurações, acredita Dutra.Ao senador Luiz Estevão estão sendo requeridas informações sobre os empréstimos do Banco Ok ao Grupo Monteiro de Barros. E ao Banco do Brasil, cópia do cartão de assinaturas da conta da Incal que recebia verbas públicas para construir o prédio do TRT. A CPI também decidiu pedir ao Banco Central cópia dos cheques administrativos (já de conhecimento da CPI) adquiridos pelas empresas do Grupo Monteiro de Barros.Dutra não acredita que o PMDB vá dificultar as investigações por tocarem nas atividades empresariais do senador Luiz Estevão. O senador do PT gostaria de ter visto aprovada logo a quebra de sigilo da Saenco, mas disse que acabou concordando com o adiamento determinado pelo presidente da CPI, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), e a aprovação dos requerimentos.Tebet classificou a decisão da CPI de "cautelosa" com relação à quebra de sigilo. Ele chamou a atenção para o fato de que as averiguações a serem feitas por meio dos requerimentos referem-se a ligações admitidas pelo próprio Luiz Estevão.
04/08/1999
Agência Senado
Artigos Relacionados
Grupo debaterá relações bilaterais com o Paraguai
Grupo Parlamentar Brasil-Espanha discute sistemas políticos e relações bilaterais
Comissão vai averiguar cumprimento de metas de desenvolvimento da ONU
CPI AINDA NÃO FEZ CONTATO COM DONOS DA INCAL
CPI vai averiguar denúncias de trabalho escravo em confecção da Zara
Senadores vão ao Acre averiguar situação de refugiados estrangeiros