CPI vai investigar turismo sexual como porta para tráfico humano
O turismo sexual como porta para o tráfico de pessoas será debatido nesta terça-feira (4) na Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico Internacional de Pessoas. O assunto chegou à CPI por meio de um caso específico ocorrido no Amazonas.
A CPI ouvirá José Lauro Rocha da Silva e os irmãos Admilson e Adilson Garcia da Silva, suspeitos de envolvimento em turismo sexual, corrupção de menores e favorecimento de prostituição no Amazonas. Os três são citados em um processo criminal na Justiça Federal do Amazonas, que também aponta outros envolvidos no caso. Denúncia apresentada pelo Ministério Público à Justiça Federal no início deste ano acusa o grupo de atuar como aliciadores de meninas menores de idade para oferecê-las a turistas. Lauro Rocha seria o responsável por fornecer os barcos e as festas, onde as menores seriam prostituídas. Já os dois irmãos agiriam como guias turísticos.
Em julho, o jornal The New York Times noticiou que quatro mulheres brasileiras indígenas da cidade de Autazes (AM) estavam processando a empresa norte-americana de turismo Wet-A-line por danos morais. A Wet-A-Line atuava no Amazonas em parceria com a empresa nacional Santana Ecofish Safari. Durante a investigação, a Polícia Federal teria constatado que, nas vendas de pacotes turísticos para a pesca esportiva, a prostituição também estava incluída.
O caso chegou a CPI do Tráfico de Pessoas durante diligência dos senadores em Manaus no início de julho.
A CPI foi instalada em 27 de abril, com o objetivo de mapear asituação do tráfico de pessoas no país, tipificar o crime e contribuir para a formulação de políticas públicas e campanhas educativas que inibam esse tipo de crime. Os trabalhos iniciaram com 240 rotas de tráfico denunciadas. Manaus foi a primeira cidade a receber a CPI, que já realizou diligências também nas cidades de Belém, Salvador e Rio de Janeiro.
A reunião de terça-feira está marcada para as 11h, na sala 5 da Ala Alexandre Costa. A CPI é presidida pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
30/09/2011
Agência Senado
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