CPMI dos cartões corporativos é criada



Em reunião do Congresso Nacional nesta quinta-feira (21), presidida pelo senador Garibaldi Alves Filho, presidente do Senado, foi lido o requerimento do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que deverá apurar irregularidades no uso de cartões corporativos.

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Agora, segundo o deputado Carlos Sampaio, os líderes dos partidos têm um prazo de cinco dias para indicar os membros da comissão. O PMDB já indicou o nome do senador Neuto de Conto (PMDB-SC) para presidir a CPMI e o PT apontou o deputado Luiz Sérgio (RJ) para o cargo de relator. O deputado Carlos Sampaio acredita que na próxima quinta-feira possa ser realizada a primeira reunião da CPMI.

De acordo com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a oposição continua com esperança de conseguir a presidência da comissão mista. Mas, de qualquer forma, Virgílio pediu que o presidente do Senado, Garibaldi Alves, leia nesta quinta-feira o requerimento de criação de uma CPI no Senado. O requerimento foi apresentado na semana passada pela oposição.

- A investigação tem de ser feita de qualquer forma. Se o governo se recusa a dividir a presidência com a oposição, dá a impressão de que eles têm muito a esconder. O governo fica agindo na base do Chico Anísio: Sou, mas quem não é? Para nós não há problema, investigaremos o governo de Fernando Henrique Cardoso se forem encontradas irregularidades - afirmou Arthur Virgílio.

O senador afirmou em entrevista, após a reunião do Congresso, que caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva torne pública todas as informações sobre uso do cartão corporativo pela Presidência da República, a oposição desistiria da instalação de qualquer CPI sobre o assunto.

O senador disse ainda que o governador de São Paulo, José Serra, tomou medidas para solucionar problemas com o uso de cartões de crédito por servidores estaduais. Mas, para Arthur Virgílio, caso as medidas não atendam a opinião pública, uma CPI deve ser instalada naquele estado também.

O líder do PSDB disse ainda que nem sempre o fato de o comando de uma CPI estar nas mãos do governo significa que as investigações não serão profundas, lembrando o caso da CPMI dos Correios, que tinha na direção parlamentares da base do governo e, mesmo assim, pediu o indiciamento de suspeitos que agora são investigados pelo Supremo Tribunal Federal.

Na opinião de Virgílio, se de fato forem instaladas duas CPIs - uma mista e uma no Senado -, uma fiscalizará o trabalho da outra. Além disso, a força da oposição no Senado é maior, lembrou o líder. O deputado Carlos Sampaio também não vê problema no funcionamento de duas CPIs ao mesmo tempo. Para Sampaio, serão duas linhas investigativas com dinâmicas próprias. O problema, observou, é que há mais quatro comissões de inquérito aguardando instalação no Senado, porque os requerimentos já foram entregues e lidos.

Durante a reunião também foram lidas 13 mensagens presidenciais com vetos a 65 dispositivos de projetos aprovados pelo Congresso. Os vetos, no entanto, não foram votados, o que deverá ocorrer em reunião do Congresso a ser realizada na semana que vem.



21/02/2008

Agência Senado


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