'Crack' afeta diretamente populações carentes e crianças, diz representante do governo



Devido a fatores como baixo custo e facilidade de acesso, o crack afeta mais diretamente populações vulneráveis, especialmente a de rua, incluindo crianças e adolescentes. Além disso, esses mesmos fatores permitiram a "interiorização" do consumo da droga, que agora também aparece em cidades de menor porte. Foi o que afirmou Francisco Cordeiro, representante do Ministério da Saúde, que participou da audiência pública promovida nesta terça, 11, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

VEJA MAIS

Reiterando informação que já havia sido dada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, Cordeiro disse que o governo federal deve lançar em breve um programa interministerial de combate ao avanço dessa droga no país.

- Para que isso aconteça, ocorre neste momento um esforço de diversos ministérios, coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - frisou ele.

De acordo com um levantamento apresentado na semana passada, durante o lançamento da Frente Parlamentar de Combate ao Crack, o número de usuários no Brasil seria de aproximadamente 1,2 milhão - e a idade média para início do consumo seria de 13 anos.

Ações do governo

Ao destacar as ações promovidas pelo governo federal, Cordeiro citou, entre outras, a ampliação da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a expansão das equipes do Programa Saúde da Família. Ele também lembrou que o Ministério da Saúde lançou, no ano passado, o Plano Emergencial para Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (Pead).

Entre os resultados do Pead, Cordeiro mencionou a criação dos "Consultórios de Rua", por meio dos quais equipes volantes procuram e atendem usuários de drogas que, de outra forma, não teriam acesso aos serviços de saúde.

Cordeiro informou ainda que o governo formou um grupo de trabalho, composto por gestores, especialistas e usuários para debater o assunto. Ele ressaltou que, a partir dessas discussões, será elaborado um documento técnico sobre formas de tratamento dos usuários de crack no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

E, ao responder às críticas feitas ao governo durante a audiência, Cordeiro declarou que o combate ao crack "é um processo complexo, que não permite afirmar que uma única forma de atendimento vai acabar com todo o problema no país". Ele argumentou que "essa simplificação é perigosa, porque dirige as atenções para um só tipo de estrutura [de atendimento], quando o Ministério de Saúde lida, na verdade, com vários tipos de estrutura".

Cordeiro disse ainda que, "no limite, o SUS é feito no município e, por isso, os secretários de Saúde precisar estar sensibilizados para o assunto". Segundo ele, o Ministério da Saúde tem repassado recursos "sistematicamente" para estados e municípios.

Senadores criticam falta de ação do governo em relação ao 'crack'



11/05/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Heloísa Helena critica governo por falta de ações que beneficiem crianças e jovens carentes

Crianças carentes participam do Dia das Crianças no CINDACTA II

Pesquisa mostra que tabagismo passivo afeta 51% das crianças

TCU vai monitorar programa de acesso de crianças carentes ao esporte

PM organiza festa para 1.300 crianças de entidades carentes

Cultura: Crianças carentes aprendem a produzir audiovisual