Heloísa Helena critica governo por falta de ações que beneficiem crianças e jovens carentes
Ao comentar nesta segunda-feira (19) a questão da violência e da criminalidade no país, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) criticou o governo federal pela falta de ações que beneficiem crianças e jovens carentes. Segundo ela, cerca de 30% dos jovens brasileiros entre 15 e 24 anos "estão nas ruas sem fazer nada".
A parlamentar afirmou que, mesmo depois do impacto do vídeo Falcão - Meninos do tráfico, exibido em março pela TV Globo, "nenhuma ação foi implementada pelo Estado para acolher crianças e jovens antes que o narcotráfico ou a prostituição o façam".
Heloísa Helena disse ainda que, "infelizmente, no que se refere à questão da segurança pública, o atual presidente da República repete a incompetência, a insensibilidade e a covardia que já estavam presentes no governo que o antecedeu".
A senadora ressaltou ainda que a violência e a criminalidade "estão presentes em todos os estados brasileiros, nas periferias das grandes cidades e até nos municípios do interior".
- Muitas das crianças da Favela do Bolão que brincavam com os meus filhos em Maceió já não estão vivos - disse ela.
Para Heloísa Helena, uma possível solução para o problema seriam mudanças na forma como os programas de transferência de renda - como o Bolsa-Família - são implementados, de forma, por exemplo, a estimular o aperfeiçoamento profissional dos beneficiados por tais programas.
- Mas o que há atualmente são dois tipos de programas de transferência de renda: um para os pobres [o Bolsa-Família] e outro para os ricos - afirmou ela, referindo-se, no último caso, à política econômica do governo federal.
A parlamentar disse que, "enquanto o Bolsa-Família concede em média R$ 56 mensais para cada família atendida, em um universo total de 8,7 milhões de famílias, o 'bolsa-família' dos ricos destina R$ 610 mil por mês para cada uma das 20 mil famílias ricas do país".
- Se a taxa de juros [básica] do país, que enche a pança dos banqueiros e esvazia as políticas sociais, fosse reduzida em quatro pontos percentuais, já haveria, por exemplo, um grande impacto sobre o aparato de segurança pública - argumentou a senadora.
19/06/2006
Agência Senado
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