CRE apóia indicação de Vieira de Souza para o cargo de embaixador do Brasil na Áustria



Com 12 votos favoráveis e nenhum contrário, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (18), relatório do senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) favorável à indicação do diplomata Celso Marcos Vieira de Souza para chefiar a missão diplomática do Brasil na Áustria. Aprovado em votação secreta, o parecer da CRE vai instruir a decisão dos senadores em Plenário.

- O embaixador tem uma folha de ricos serviços prestados ao governo brasileiro. Temos uma opinião altamente favorável à sua indicação - afirmou o relator, ao expor o currículo do indicado, que atualmente ocupa o cargo de embaixador do Brasil no Egito.

Mestrinho destacou que as trocas comerciais entre os dois países são desfavoráveis ao Brasil e pediu ao embaixador que aproveite o cargo na Áustria para ampliar a divulgação, tanto cultural quanto econômica, do Brasil naquele país. Localizada na região central da Europa, a Áustria está próxima dos países do Leste Europeu, que cada vez mais se inserem na comunidade européia, observou o relator.

Assim como o Mestrinho, o embaixador lembrou que Brasil e Áustria têm ligações históricas, que se iniciaram quando o imperador D. Pedro I se casou com a princesa Leopoldina, austríaca e mãe de D. Pedro II. O casamento, disse, ampliou, desde então, as relações entre os dois países.

Ele reconheceu que as exportações do Brasil para a Áustria têm espaço para crescer, tendo em vista inclusive que a renda per capita austríaca é alta e a economia do país está entre as mais sólidas da Europa. Em comum, narrou Vieira de Souza, Brasil e Áustria têm ainda o posicionamento similar no que diz respeito à invasão ao Iraque, ou seja, contrário a ações unilaterais, e no combate ao protecionismo agrícola dos demais países da Europa Ocidental e da América do Norte.

No Brasil, a maior parte dos austríacos, disse Vieira de Souza, se instalou no Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina e seus descendentes somam hoje cerca de 20 mil pessoas. Na Áustria, informou, são 1,5 mil brasileiros registrados no consulado e outros 1,5 mil devem estar no país irregularmente.

Além das relações bilaterais, em sua exposição, Vieira de Souza apontou que Viena, capital da Áustria, é sede de muitas organizações multilaterais ligadas ao sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele alertou os senadores para o fato de o Brasil estar em dívida com o fundo de cooperação técnica da Agência de Energia Atômica e com a Organização para o Desenvolvimento Industrial (Unido), o que faz com que o país perca o direito a voto nessas entidades.

Apesar de um partido nacionalista, com discurso xenofóbico ter chegado ao poder recentemente, Vieira de Souza explicou que essa força política perdeu sua força e influência nas eleições de 2002, que levou democratas-cristãos de volta ao poder.



18/03/2004

Agência Senado


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