CRE aprova escolha de três novos embaixadores



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (6), três mensagens do Executivo com indicações para o cargo de embaixador do Brasil. A primeira das proposições indica José Artur Denot Medeiros, ministro de primeira classe da carreira de diplomata do quadro especial do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de embaixador do Brasil junto ao Reino dos Países Baixos. A segunda apontou a ministra de segunda classe Ana Maria Sampaio Fernandes para o cargo de embaixadora no Quênia e, cumulativamente, junto às Repúblicas do Burundi, Djibuti, Ruanda e Uganda. Já a terceira indicou o ministro de primeira classe Gilberto Vergne Saboia para o cargo de embaixador junto à República da Hungria.

As três mensagens, aprovadas por unanimidade, foram enviadas à Mesa do Senado para inclusão na pauta de votações em Plenário.

O relator da indicação de Ana Maria Fernandes, senador Romeu Tuma (PTB-SP), exaltou a experiência dos diplomatas de carreira no exercício do cargo de embaixador do Brasil em países amigos e criticou a escolha de pessoas estranhas à carreira, tais como militares e economistas, para o exercício desse cargo.

O presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), também manifestou sua posição contrária à indicação de estranhos à carreira de diplomata para exercer cargos de embaixador e aplaudiu a decisão recorrente do governo Lula de escolher diplomatas de carreira como seus embaixadores.

Indicados

Ao falar à CRE, Denot Medeiros disse que a aprovação do Senado aos novos embaixadores é muito importante e bem-vinda, porque legitima suas escolhas junto aos países onde irão atuar. Segundo o diplomata, as relações do Brasil com o Reino dos Países Baixos (que no Brasil é conhecido por Holanda) são excelentes, especialmente no plano econômico, uma vez que a Holanda ocupa o segundo lugar em termos de investimentos diretos no Brasil, o que representa US$ 32 bilhões.

Denot Medeiros lembrou, ainda, que no plano político e cultural, Brasil e Holanda tiveram patrimônio cultural comum, com a presença de holandeses no estado de Pernambuco, no século 17, deixando influências profundas que persistem até os dias de hoje. Enfatizou também o atual "apego ao multilateralismo e ao europeísmo da Holanda", um dos sócios originais do Mercado Comum Europeu, organização que antecedeu a atual União Européia.

A diplomata Ana Maria Sampaio Fernandes lembrou o passado português do Quênia, onde os portugueses construíram um forte em 1593, e somente foram expulsos em 1730. Em 1888, lembrou ainda, chegaram os ingleses para impedir o tráfico de escravos e, em 1963, o Quênia declarou sua independência, vivendo um período de estabilidade com Jomo Queniata, o grande herói dessa libertação. Hoje, explicou, o país está procurando a consolidação da democracia com vários partidos políticos.

Segundo a diplomata, o Quênia vive entre países com situações política e social turbulentas, como o Sudão e a Somália, e acolhe, no momento, 400 mil refugiados. Apesar disso, informou, aquele país vem exercendo uma posição de estabilidade na região chamada de "Chifre da África". Ela afirmou, ainda, que o Quênia apresentou sua candidatura a uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas por se considerar um elemento de estabilidade política na região.

Ao falar aos senadores, Gilberto Vergne Saboia disse que a Hungria, depois que estabeleceu um regime político democrático, livrando-se do regime comunista que adotou logo depois da II Guerra Mundial, atravessa dificuldades políticas para se integrar à União Européia, em função de reformas necessárias que precisa adotar e não são populares.

Observou, ainda, que a prioridade de sua política externa é manter uma aliança sólida com os Estados Unidos, por meio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O comércio entre Brasil e Hungria é pequeno, segundo informou o diplomata, não chegando a US$ 200 milhões em 2006. Mas ele garante que há campo para dinamizar essas relações.

A CRE aprovou, também, a convenção assinada entre Brasil e Rússia para impedir a evasão de divisas e a bitributação, bem como o projeto de lei que trata da reorganização da Polícia Civil do Distrito Federal (PLC 26/07). A proposição foi apresentada pelo então deputado José Roberto Arruda, hoje governador do DF.



06/12/2007

Agência Senado


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