CRE aprova indicações para embaixadas do Brasil na Malásia e no Togo
Após realização de sabatina e votação secreta, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (1º), as indicações dos diplomatas Maria Auxiliadora Figueiredo e Miguel Gustavo de Paiva Torres para atuarem como embaixadores do Brasil, respectivamente, na Malásia e no Togo. As indicações seguem agora para votação pelo Plenário do Senado.
Além de exercer a representação diplomática na Malásia, Maria Auxiliadora Figueiredo vai acumular a missão junto ao Sultanato de Brunei. A expansão da presença brasileira em países pequenos, como o Brunei, com apenas 407 mil habitantes, foi observada pelo senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que indagou se essa seria uma estratégia do Brasil para atrair o apoio de territórios na Ásia e na África na busca por espaço no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Maria Auxiliadora descartou esse tipo de interesse, afirmando que a abertura de novas embaixadas caminha no sentido do multilateralismo das relações internacionais. Em relação à questão da democracia nos países asiáticos, levantada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), a embaixadora afirmou que todos eles têm, em maior ou menor grau, problemas de autoritarismo.
- A Malásia acabou de aprovar uma lei que exige uma autorização com dez dias de antecedência para se fazer uma manifestação política no país - exemplificou.
Com a experiência de quem atua, hoje, na Costa do Marfim, Maria Auxiliadora defendeu a venda de rações e sêmens de animais em vez de carne e frango congelados aos países africanos. Por outro lado, considerou o mercado asiático bem receptivo à entrada desse produto final. Essa opinião foi dada em resposta a questionamento da senadora Ana Amélia (PP-RS).
A expansão comercial da China sobre os continentes asiático e africano foi objeto de indagação do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) aos embaixadores. Maria Auxiliadora disse não acreditar que a China venha a ocupar uma posição hegemônica no cenário internacional, apesar de seu dinamismo econômico, "já que caminhamos para um mundo despolarizado, onde as potências médias emergentes terão papel preponderante".
Togo
De acordo com Miguel de Paiva Torres, a China já é o primeiro parceiro comercial do Togo, que passa por um processo de reestruturação política e econômica após as últimas eleições de 2010. Superados mais de 40 anos de ditadura militar e formado um governo de coalizão, com apoio popular, o Togo se sobressai, hoje, como o quarto maior produtor mundial de fosfato, produto usado na produção de fertilizantes.
- Há um novo momento econômico no Togo depois que o país estruturou uma articulação política interna e voltou a ter crédito internacional com o perdão de 90% de sua dívida, equivalente a 400% de seu PIB (US$ 2,5 bilhões) - comentou o embaixador, apontando possibilidades de trocas comerciais interessantes entre o país e o Brasil nos setores têxtil, moveleiro, cerâmico, de alimentos e construção civil.
Mais indicações
Nesta mesma reunião, a CRE aprovou a indicação do atual embaixador do Brasil na Austrália, Rubem Antonio Correa Barbosa, para exercer a mesma função, cumulativamente, nas Repúblicas das Ilhas Fiji e Nauru e nas Ilhas Salomão. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) também leu parecer sobre a indicação do diplomata Fernando Apparicio da Silva para o cargo de embaixador do Brasil na República de Guiné-Bissau. A sabatina deste indicado deve acontecer na próxima reunião da comissão, marcada para a próxima quinta-feira (8).
Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.
01/12/2011
Agência Senado
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