CRE aprova indicados para embaixadas na Rússia, Coréia e Panamá



Os senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovaram por unanimidade relatórios favoráveis às indicações dos diplomatas Carlos Augusto Rego Santos Neves, Luiz Tupy Caldas de Moura e Pedro Paulo Pinto Assumpção para exercerem os cargos de embaixadores do Brasil junto à Rússia, ao Panamá e à Coréia do Sul, respectivamente. As mensagens presidenciais com as indicações seguem para votação secreta em Plenário.

Santos Neves fez um relato histórico sobre a Rússia, destacando a integração do país com a Europa e o papel desempenhado pelo país nas guerras contra Napoleão e nas duas Grandes Guerras. A derrocada do Estado soviético, disse Santos Neves, levou o país a resultados catastróficos. A radicalização do liberalismo no país na época do presidente Boris Yeltsin, com -privatizações anárquicas- e a desregulamentação total da economia, afirmou, levou à fome e à miséria, num cenário em que a taxa de mortalidade cresceu e a expectativa de vida do russo chegou a apenas 55 anos.

O diplomata destacou, porém, que nos últimos anos, com a ascensão do presidente Vladimir Putin, a situação no país se acalmou e, com o petróleo como principal produto, a economia voltou a crescer cerca de 5% ao ano. Hoje, continuou, o Produto Interno Bruto (PIB), de US$ 1,3 trilhão, garante uma renda per capita anual de US$ 8 mil.

De acordo com informações do Itamarati, nas relações comerciais com a Rússia, o Brasil tem superávit de mais de US$ 700 milhões, vendendo US$ 1,13 bilhão para aquele país, 13º maior parceiro comercial. Açúcar e carnes suína, bovina e de aves compõem a pauta de exportações do Brasil para a Rússia.

Caso tenha seu nome aprovado pelo Senado, Santos Neves terá como primeira missão organizar a visita do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, a Moscou, prevista para junho. Segundo o diplomata, o chanceler Celso Amorim já esteve na Rússia por duas vezes este ano e o ministro da Defesa, José Viegas, foi embaixador naquele país, o que, para Santos Neves, pode facilitar possíveis contatos na área de intercâmbio de tecnologia nessa área.

Panamá e Coréia

Indicado para a embaixada no Panamá, Caldas de Moura enfatizou as relações econômicas daquele país e as implicações da existência do canal que liga o Atlântico ao Pacífico no seu território. Segundo o diplomata, cerca de cem empresas brasileiras têm relações com a economia panamenha, o que contribuiu para um superávit favorável ao Brasil de US$ 51 milhões no primeiro semestre de 2002. Ainda assim, as trocas comerciais entre Brasil e Panamá são pequenas.

A pujança econômica da Coréia do Sul foi a base da exposição do diplomata Pinto Assumpção, indicado para chefiar a embaixada naquele país. O progresso da Coréia do Sul, afirmou, foi baseado na educação da população, que facilitou a fabricação de produtos com alto valor agregado nas áreas de informática, química e indústria farmacêutica. Assim, disse, das 500 maiores empresas do mundo, segundo a revista Forbes , 198 são coreanas.

Ele também registrou que a jornada de trabalho na Coréia do Sul é de, no mínimo, nove horas em seis dias da semana. Por conta dessa situação, Pinto Assumpção indicou que o país está em situação de ilegalidade frente às organizações internacionais, mas, por causa da mão-de-obra e dos insumos oferecidos, atrai o capital estrangeiro.

Nas relações comerciais, o Brasil tem déficit de mais de US$ 700 milhões nas trocas com a Coréia. O diplomata destacou ainda a situação de conflito na península da Coréia, em que os dois países nunca assinaram um acordo de paz (encontram-se apenas em armistício). Para ele, o Brasil, por sua tradição diplomática, pode desempenhar um papel importante na reaproximação pacífica da Coréia do Norte à Coréia do Sul.



10/04/2003

Agência Senado


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