CRE aprova novos embaixadores para Chipre e Sérvia



Em sua primeira reunião após as eleições, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quarta-feira (6) pareceres favoráveis a duas mensagens presidenciais, com as indicações do ministro de segunda classe Dante Coelho de Lima para o cargo de embaixador no Chipre e do ministro de primeira classe Alexandre Addor Neto para o cargo de embaixador na República da Sérvia. As mensagens serão agora submetidas ao Plenário.

Atual embaixador em Belgrado, Coelho de Lima - cuja indicação teve como relator ad hoc o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) - será o primeiro embaixador residente brasileiro em Nicósia, capital do Chipre. Ele observou que até hoje mais de 30% do território cipriota permanece ocupado por forças turcas, que invadiram o norte do país em 1974 e estabeleceram ali uma república só reconhecida pela Turquia.

O embaixador reiterou a posição brasileira "contrária a soluções unilaterais" e admitiu que as negociações do Chipre com a Turquia serão difíceis, pois envolvem propriedades tomadas pelos turcos após a invasão. Ele informou ainda que se empenhará para montar uma "estrutura adequada para aumentar o perfil" das relações bilaterais, com ênfase para a ampliação do comércio e para a cooperação no setor de produção de energias renováveis.

A Sérvia também enfrenta problemas territoriais, como observou Addor em sua exposição aos senadores, quando mencionou que mais de vinte países da União Europeia já reconheceram a independência da província de Kosovo, habitada por uma população majoritariamente de origem albanesa. Ele recordou, porém, que o Brasil não reconhece a independência da província. Da mesma forma, o relator ad hoc de sua indicação, senador João Faustino (PSDB-RN) observou que o Brasil tem sido "firme defensor da integridade territorial sérvia".

As relações comerciais entre os dois países, porém, ainda são muito modestas. Como ressaltou o embaixador, as trocas com a Sérvia representam apenas um milésimo do total do comércio exterior brasileiro. As vendas brasileiras ainda concentram-se em commodities como carnes, tabaco e algodão. Por isso, Addor considerou necessário aumentar o "componente tecnológico" das exportações brasileiras para aquele país.

Durante a reunião, que foi presidida pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) demonstrou preocupação com a possibilidade de surgimento de novas tensões políticas na região dos Bálcãs. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), por sua vez, lembrou as experiências de autogestão nas empresas da antiga Iugoslávia, na região atualmente ocupada pela Sérvia e por outras nações, como a Croácia e a Bósnia.



06/10/2010

Agência Senado


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