CRE aprova novos embaixadores para Catar e Panamá




Dois pequenos países que contam atualmente com grandes taxas de crescimento econômico - Catar e Panamá - terão novos embaixadores do Brasil. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (18) pareceres favoráveis às mensagens presidenciais de indicação dos ministros de primeira classe Hildebrando Tadeu Nascimento Valadares e Adalnio Senna Ganem para representar o país, respectivamente, em Doha e Cidade do Panamá. As duas mensagens tiveram como relator o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e serão votadas pelo Plenário.

Segundo Valadares, o crescimento do Catar, pequeno país árabe localizado no Golfo Pérsico, tem experimentado taxas "maiores que as chinesas". Neste ano, mesmo em meio à crise econômica internacional, a economia do país deve crescer entre 16% e 20%, como informou. Os principais produtos do Catar são gás, petróleo e petroquímicos, e sua renda per capita é superior a US$ 80 mil - uma das mais altas do planeta. Segundo o diplomata, o Catar tem interesse em investir no Brasil, principalmente nas áreas do agronegócio, infraestrutura e energia. E o Brasil quer colaborar com o Catar na preparação da Copa do Mundo de 2022, que ocorrerá naquele país. 

Mercosul

Ao responder a uma pergunta do senador Cyro Miranda (PSDB-GO), Valadares confirmou a existência de negociações para a formação de uma área de livre comércio entre o Conselho de Cooperação do Golfo - do qual faz parte o Catar - e o Mercosul. Ele lembrou que o bloco sul-americano já tem um acordo semelhante com Israel e que os países árabes poderiam ter interesse em "promover uma espécie de equilíbrio" na relação comercial com o Brasil e os outros parceiros do bloco.

Da mesma forma, o embaixador indicado para o Panamá confirmou que o governo daquele país tem procurado os sócios do Mercosul para negociar um acordo de livre comércio. "Há perspectiva de negociações durante 2011 para avançar nessa direção", informou.

Na opinião do embaixador indicado, as empresas brasileiras que exportam para a Ásia a partir de grandes portos do Nordeste, como Pecém e Suape, poderão vir a utilizar o Canal do Panamá, que será duplicado até 2014. Ainda segundo o embaixador, o Panamá tem buscado atrair investimentos e busca maior inserção na América Latina. A economia do país tem crescido aproximadamente 8% ao ano, como informou, mas o Panamá ainda enfrenta grandes problemas de desigualdade social.

Aloysio Nunes sugeriu maior cooperação entre o Brasil e o Panamá na investigação de crimes de tráfico de drogas. Por sua vez, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) defendeu a participação de empresas brasileiras na exploração de petróleo no Catar. O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) disse que o Brasil deveria seguir o exemplo do Catar e de outros países da região, como Dubai, e investir no turismo. O senador recordou que o Brasil recebe atualmente menos turistas do que o Uruguai.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) observou que o Catar exerce seu soft power, ou poder de influência no mundo, por meio da rede de televisão Al Jazeera, que transmite programas em árabe e inglês. Por sua vez, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou a iniciativa do Catar de atrair filiais de grandes universidades internacionais, como forma de preparar a sua população para a era pós-petróleo.

A comissão aprovou ainda requerimento de Ana Amélia para que seja convidado o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, para falar sobre a perspectiva de redução de tropas brasileiras no Haiti, além de outros temas relacionados à sua Pasta.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



18/08/2011

Agência Senado


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