CRE cria subcomissão para debater Alca
O presidente da CRE, senador Jefferson Péres (PDT-AM), entende que dois temas dominarão a agenda de política externa brasileira a médio prazo: a questão ambiental e o ingresso do Brasil na Alca. Ele destacou a importância da iniciativa de Hartung e nomeou cinco dos sete membros da subcomissão. Pelo PFL, foram designados os senadores José Agripino Maia (RN) e Romeu Tuma (SP); pelo PSDB, o senador Pedro Piva (SP); pelo Bloco Oposição, o senador Paulo Hartung; e pelo PMDB, o senador Gilberto Mestrinho (AM). Os dois outros senadores do PMDB serão indicados pelo líder do partido.
Na opinião do senador Bernardo Cabral (PFL-AM), "é preciso muito cuidado" nessa negociação. Segundo disse, 70% do mercado consumidor está nos Estados Unidos, no México e no Canadá, o que poderá asfixiar o Mercosul. Cabral sugeriu que a CRE convide o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, para dar sua opinião e a do presidente Fernando Henrique Cardoso a respeito da antecipação do ingresso do Brasil na Alca, sugerida pelos Estados Unidos.
Jefferson Péres revelou que, em audiência com Celso Lafer, foi informado de que o presidente da Venezuela, Hugo Cesar Chávez, apoiou a decisão brasileira de não antecipar o ingresso na Alca. Péres também anunciou proposta do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), de realizar um seminário conjunto com a CRE para discutir o tema.
A CRE aprovou ainda requerimento do senador Roberto Requião (PMDB-PR) para convidar a visitarem o Congresso Nacional parlamentares de oposição do Paraguai que manifestaram interesse em explicar a senadores e deputados brasileiros a situação política que vive aquele país. Por outro requerimento de Requião, igualmente aprovado, a CRE convidará diplomata brasileiro que denunciou superfaturamento na compra da sede da embaixada brasileira em Portugal, na época do regime militar. Segundo Requião, a denúncia voltou-se contra o diplomata, que foi perseguido, pediu asilo político no Canadá e acabou demitido do Itamaraty. O diplomata, que hoje é porteiro de hotel em Paris, explicará à CRE o que aconteceu e por que não foi beneficiado pela anistia.
Foram ainda aprovados dois acordos internacionais, o Acordo sobre Transportes Aéreos, celebrado entre Brasil e Chile, e o Acordo de Cooperação Educacional, firmado entre Brasil e Bolívia.
03/04/2001
Agência Senado
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