CRE vai reexaminar requerimento de repúdio ao cerca à embaixada brasileira em Honduras



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) vai reexaminar requerimento aprovado no colegiado na reunião da última terça-feira (22) de voto de censura e repúdio ao cerco militar à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa e à repressão golpista contra as manifestações pacíficas dos partidários do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.

O comunicado foi feito em Plenário nesta quinta-feira (24) pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI), membro da CRE, ao pedir a retirada do requerimento (1.276/09-CRE) da pauta de votações do Plenário, no momento em que o presidente José Sarney anunciava a votação da proposição.

Segundo Heráclito, o reexame será necessário devido a informações recebidas posteriormente à aprovação do requerimento na CRE, de que a Embaixada do Brasil estaria abrigando, além de Zelaya, cerca de 110 aliados políticos do governo deposto.

- Temos que ser solidários com o exilado, mas não com o uso da embaixada como base para retomada do poder. Sou a favor de que Zelaya, eleito legitimamente, retorne ao poder em Honduras, mas o Brasil não tem tradição de envolver-se nas questões internas dos países - justificou Heráclito.

Já presidente da CRE, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), informou que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorin, agradeceu-lhe, por telefone, a manifestação da CRE de repúdio ao cerco militar. Amorin teria garantido a Azeredo que o governo brasileiro não teve conhecimento da ida do presidente Zelaya à embaixada antes que ele aparecesse com o pedido de refúgio.

Ainda segundo Azeredo, Amorin afirmou que o número de pessoas na embaixada, apesar de ser ainda alto, já foi reduzido para 60, e que o governo brasileiro está aguardando que a Organização dos Estados Americanos (OEA) reassuma as negociações.

- Uma coisa é repudiarmos a agressão à embaixada. A outra é a permanência de um número excessivo de pessoas. A embaixada não tem condições de abrigar esse número e de aceitar um eventual uso político [de suas instalações] - declarou Azeredo, concordando com as críticas de Heráclito.



24/09/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Azeredo comunica que Exército de Honduras cerca embaixada brasileira naquele país

CRE aprova voto de censura e repúdio ao cerco militar à embaixada brasileira em Tegucigalpa

Eduardo Azeredo: embaixada brasileira em Honduras não deve ser invadida nem utilizada politicamente

Mercadante apresenta moção de repúdio ao golpe militar de Honduras

Brasil perdeu o controle sobre a embaixada em Honduras, diz Azeredo

Senadores protestam contra cerco à Embaixada do Brasil em Honduras